Portugal
Baldé foi de Mota e o Feirense foi a pé
2018-04-14 19:25:00
Golo do extremo fez o Aves respirar de alívio e colocou Nuno Manta Santos em maus lençóis

Um golo de Mama Baldé, a grande novidade do onze apresentado por José Mota em substituição do habitual titular Amilton, logo à passagem do sétimo minuto, revelou-se decisivo e suficiente para o Desportivo das Aves levar de vencida o Feirense e ganhar uma vantagem de quatro pontos, que é de cinco em caso de empate, relativamente ao adversário direto na titânica luta pela permanência no escalão maior do futebol português. Este resultado permitiu ao conjunto avense subir ao 13º lugar, à condição, e dez descer a equipa de Nuno Manta Santos para a última posição, em virtude do triunfo do Estoril Praia em Portimão, quando faltam apenas quatro jornadas para o final do campeonato.

José Mota foi feliz na aposta. Baldé, emprestado pelo Sporting ao Desportivo das Aves, entrou a todo o gás e no primeiro lance de perigo colocou o Aves na frente do marcador. Carlos Xistra consultou o vídeo-árbitro na dúvida em relação a um eventual fora de jogo, mas o golo acabou (e bem) validado. Este facto só veio acentuar o que parecia ser a estratégia preconizada pelas duas equipas. O Aves mais pragmático, mais objetivo, perante um Feirense de maior construção, de maior dominio.

A equipa liderada por José Mota surgiu disposta no habitual 4x4x2, com Jorge Fellipe na zona central da defesa em parceria com Carlos Ponck, o poderoso Tissone e Vítor Gomes na liderança do meio-campo e Baldé na frente de ataque com Alexandre Guedes, ao passo que Nuno Manta Santos adotou um 4x2x3x1. Babanco e Crivellaro formaram a dupla de médios defensivos com Tiago Silva como centro-campista mais criativo nas costas de João Silva.

"As finais não se jogam, ganham-se", afirmou José Mota no final do desafio. De facto, foi essa a atitude espelhada pelo conjunto da casa, mais expectante, mas também mais explosivo perante um Feirense de cadência certa, mas previsível, pouco repentista, que dominava, sim senhor, mas revelava dificuldades em criar situações que pudessem levar ao golo. Os lances de perigo iam pertencendo ao Desportivo das Aves como sucedeu aos 31 minutos, também por intermédio de Baldé, que rematou de forma acrobática para bela defesa de Caio.

A toada manteve-se ao longo do segundo tempo com o Feirense a tentar impor um jogo rendilhado perante um Aves mais prático. Tiago Silva tentou a sorte através da marcação de um livre em posição privilegiada, mas o remate saiu ao lado, com a equipa da casa a responder através de Guedes. Chegada a hora das substituições, José Mota optou por trocas diretas, apostando em conferir frescura no sentido de manter a acutilância, enquanto Nuno Manta Santos arriscou com a saída de Rocha e a entrada de Karamanos. Babanco recuou para o eixo defensivo, ao lado de Flávio Ramos. Karamanos colou-se a João Silva na frente, com Edson Farias e Luís Machado pelas alas. A equipa passou, por vezes, a alinhar num 3x5x2. Aos 89 minutos, o treinador fez sair Kakuba apostando no talismã do empate na última jornada frente so SC Braga, Briseño. Era o tudo por tudo, mas o Desportivo das Aves, mais experiente soube congelar o jogo e conservar o empate até ao final, num jogo com uma arbitragem segura de Carlos Xistra, que falhou somente num fora de jogo mal assinalado a Guedes já nos minutos de compensação.