Portugal
Aves Sem(m)edo de ser feliz com Petról(ina)eo no quintal
2018-05-06 18:45:00
O Aves, sempre superior ao Moreirense, teve um Nildo Petrolina em grande e beneficiou da tarde infeliz de Alfa Semedo

O Moreirense entrou em campo “fora dela” e quando deu por ela estava a ser dominado por um Aves matreiro e muito eficaz. A opção de Petit em fazer recuar Alfa Semedo para defesa-central correu muito mal. O jovem guineense teve uma tarde infeliz e esteve envolvido em dois dois três golos com o que o Aves bateu o Moreirense (3-0). Em nota alta esteve Nildo Petrolina, assistiu para os dois primeiros golos e marcou o terceiro, e ajudou o Aves a garantir a permanência no escalão principal do futebol português pela primeira vez na sua história.

Os minutos iniciais foram de muita luta e de muitos lances divididos, sobretudo na zona central, mas cedo o Aves percebeu o que teria de fazer para ferir o adversário que se viu perdido com a estratégia de José Mota. O Aves baixou as linhas e deixou a equipa do Moreirense estender-se no relvado, aproveitando para, depois, explorar os espaços que surgiam entre as linhas média e defensiva do Moreirense, sempre muito afastadas.

Foram inúmeras as vezes em que jogadores do Aves surgiram na zona central sem qualquer oposição, quer com passes a entrarem pela zona central ou na conquista das segundas bolas, aliviadas, numa primeira instância pelos defensores do Moreirense. Quando o conseguiam. O primeiro golo do Aves, marcado por Alexandre Guedes num grande gesto individual, nasceu de um corte (muito) defeituoso de Alfa Semedo, hoje a central, ao lado de Iago Santos.

As dificuldades de Alfa Semedo, que esteve em bom plano ao longo da temporada, mas como médio-centro, iam sendo colocadas a nu, também, pelo fraco desempenho dos médios. Nunca foram capazes de ocupar os espaços com efetividade e foi nesse sentido que Petit substituiu, aos 30 minutos, Boubacar por Rafael Costa. O Moreirense conseguiu, por instantes, reter a bola com maior facilidade, mas nunca se mostrou com capacidade para, no momento da perda da bola, impedir as saídas rápidas do Aves para o ataque.

E foi numa destas saídas rápidas que o Aves dobrou a vantagem. A equipa de José Mota aproveitou um canto do adversário para recuperar a bola e colocá-la nos pés de Nildo Petrolina, o jogador mais desta equipa. Mostrou grande clarividência e visão de jogo quando descobriu, do lado oposto, a correria de Tissone. Com a bola nos pés e apenas com Jhonatan pela frente, o jogador que já andou pela Serie A italiana não teve dificuldades para fazer o 2-0.

Petit ia mexendo da equipa - fez entrar Dramé para o lugar de Sagna, recuando Arsénio para lateral-direito - mas nem assim a equipa conseguiu ser mais objetiva na procura do último terço do terreno. O Aves continuava muito bem posicionado e partia para o ataque com muita qualidade, sempre com Nildo Petrolina e Amilton a esticarem o jogo.

O terceiro, e último golo, do Aves nasceu de mais um erro crasso de Alfa Semedo. O jovem, que já passou pelo Benfica, calculou mal o espaço e a força e colocou a bola nos pés de Nildo Petrolina em zona comprometedora. O brasileiro tirou Arsénio do caminho, com muita “pinta”, e rematou de pé esquerdo. A trajetória da bola sofreu uma alteração depois de bater em Alfa Semedo (tudo lhe correu mal) e passa por cima de Jhonatan, incapaz de impedir mais um golo para o Aves.

Depois do terceiro golo não houve mais jogo. O Aves tirou o pé do acelerador e o Moreirense atirou a toalha ao chão. Os primeiros porque tinham a (histórica) permanência à distância de um apito (o de Jorge Sousa) e os últimos porque vão ter, no próximo fim-de-semana, um duelo decisivo para o futuro do clube e logo frente ao Benfica no Estádio da Luz, e a cabeça dos jogadores já não estavam em Moreira de Cónegos, se é que alguma vez estiveram, hoje.