Portugal
Assim também eu, FC Porto (sim, é ironia)
2018-08-12 00:05:00
Os dragões não deram quaisquer hipóteses ao GD Chaves e golearam por 5-0 na primeira jornada da Liga

O que se passou no Estádio do Dragão foi um autêntico massacre. O FC Porto jogou como quis e ao ritmo que quis e o GD Chaves apenas conseguiu fazer aquilo que os dragões deixavam. O grande problema é que a equipa de Sérgio Conceição não deixaram os flavienses jogar. De um lado esteve uma equipa com uma dinâmica ofensiva brilhante e vários jogadores em grande forma e do outro viu-se um conjunto de Daniel Ramos sem ideias e capacidade para incomodar Casillas. Com um FC Porto a jogar assim contra um GD Chaves destes, é caso para dizer que, assim, qualquer um de nós ganhava por 5-0. Mas estamos a ironizar, claro.

Percebeu-se, assim que foi soprado o apito inicial, qual iria ser a toada do jogo. Nos primeiros minutos, Aboubakar teve duas excelentes oportunidades para marcar, com a segunda, após cruzamento de Sérgio Oliveira, a ser a mais flagrante. Brahimi ia dando espetáculo a partir da esquerda do ataque do FC Porto e não dava um segundo de descanso à defesa flaviense, que nada ia fazendo para além de tentar sobreviver ao 1-0 adversário. Mas essa sobrevivência nem chegou aos 15 minutos. Ghazaryan abusou da sorte e perdeu a bola para Otávio em zona proibida e o brasileiro avançou em direção à baliza. Serviu depois Aboubakar - com uma simulação perfeita de André Pereira pelo meio - e o camaronês bateu Ricardo com a simplicidade que se exigia.

Os dragões continuaram a carregar e, logo a seguir, André Pereira falhou uma chance flagrante perto da marca de pontapé de penálti, mas Aboubakar viria a bisar aos 20'. Sérgio Oliveira viu Otávio na direita, serviu o colega na perfeição e este só teve de dar o golo de bandeja ao ponta-de-lança, que encostou para a baliza aberta. 2-0 num ápice e um GD Chaves traumatizado para o resto da partida. O meio-campo dos transmontanos não funcionava nem a atacar nem a defender. De um lado, não conseguia colocar a bola nos avançados com qualidade e rapidez quando a chave do jogo estava no contra-ataque, enquanto do outro parecia manteiga para as facas quentes do FC Porto abrirem buracos e criarem perigo. Prova disso são as oportunidades de Brahimi (23' e 27) ou a jogada entre André Pereira e Herrera aos 43'.

O FC Porto não sofria de problema nenhum no meio-campo. Pelo contrário: era o melhor setor portista. Herrera e Otávio davam o apoio necessário ao ataque, aparecendo regularmente perto de Aboubakar, Brahimi e André Pereira, e Sérgio Oliveira ia sendo o pêndulo da equipa, monitorizando a maioria das movimentações ofensivas com critério e competência. Assim sendo, foi com naturalidade que o genial Brahimi marcou o 3-0 em cima do intervalo depois de uma combinação com Aboubakar e de passar pela defesa do GD Chaves como bem quis e entendeu.

Só se alterou uma coisa da primeira para a segunda parte: o ritmo. O FC Porto, com os três pontos na mão, não acelerou tanto o jogo, mas continuou sempre com o domínio completo dos acontecimentos. Podia ter marcado aos 46' e continuou a tentar atirar à baliza de Ricardo. O GD Chaves, timidamente, usava Avto para lançar o contra-ataque, mas nunca deu em nada. Casillas podia ter levado uma cadeira para a baliza que nada de diferente ia acontecer.

O 4-0 chegou aos 71' e o lance foi originado, mais uma vez, por um erro de um jogador do GD Chaves. Desta vez foi Bruno Gallo a fazer um mau passe e entregar a bola ao ataque do FC Porto. Corona, recém-entrado, avançou no terreno e tirou uma bomba da bota esquerda que só parou dentro da baliza de Ricardo. Por esta altura, o jogo já não tinha piada alguma, ainda que os adeptos do FC Porto estivessem, obviamente, felizes. Mais felizes ficaram quando João Teixeira foi expulso com o cartão vermelho direto aos 80' depois de uma entrada muito dura sobre Sérgio Oliveira. Foi preciso recorrer ao vídeo-árbitro, mas Nuno Almeida enviou mesmo o médio para o balneário cinco minutos depois de ter entrado para o lugar de Bruno Gallo.

A expulsão de João Teixeira acabou com as aspirações do GD Chaves de, pelo menos, fazer o golo de honra. O jogo estava completamente partido, mas a bola estava sempre do mesmo lado e ninguém estranhou quando aconteceu o 5-0 - surpreendente pode é ter sido o marcador. Sérgio Oliveira respondeu ao cruzamento de Maxi Pereira com um remate de bicicleta e o reforço Marius, avançado de 20 anos natural do Chade que entrou para o lugar de Aboubakar, apareceu à boca da baliza para cabecear e marcar na estreia com a camisola do FC Porto. Adrián López, outro dos suplentes utilizados, e Diogo Leite ainda podiam ter marcado o 6-0 antes do final, mas não aconteceu e o resultado ficou-se 'apenas' pela mão cheia.

Mais justo era impossível para uma equipa com fome e vontade de vencer em conjunto com qualidade, dinâmica e competência contra uma equipa que ainda precisa de crescer muito se se quer bater com formações do calibre do FC Porto.