Portugal
Artur Soares Dias: "Muitas vezes o VAR vê, mas o protocolo não deixa intervir"
2018-05-21 15:00:00
Duarte Gomes, também ex-árbitro, olhou para a necessidade de dar formação específica de vídeo-árbitro.

Artur Soares Dias, árbitro português, lembrou que o protocolo de aplicação do vídeo-árbitro ainda limita a atuação dos árbitros. "Tenho de comentar a decisão de um colega estando ainda dependente de um protocolo restrito. Muitas vezes o VAR vê, mas a situação não é clara e óbvia - são as palavras que estão no protocolo - o suficiente para nós intervirmos e contrariarmos uma outra opinião de um colega que está dentro do relvado. Eu posso achar que é falta, mas pode não ser suficiente para intervenção", explicou, numa mesa redonda organizada no XIV Congresso Internacional de Futebol do ISMAI.

No mesmo evento, o ex-árbitro João Ferreira deixou uma reflexão sobre o VAR: "Havia muita expectativa e muita gente pensava que o VAR ia eliminar os erros. Isso nunca acontecerá. A questão chave do VAR é intervir se a decisão do árbitro foi claramente errada, se foi escandalosa. O processo veio para continuar, basta ver o exemplo da FIFA, que o vai implementar no próximo Mundial. Estamos convencidos que esta ferramenta jamais sairá do futebol".

Duarte Gomes, também ex-árbitro, olhou para a necessidade de dar formação específica de vídeo-árbitro. "Concordo que o VAR veio para ficar. O grande inconveniente para a UEFA é que implementá-lo dará muito trabalho (...) é completamente diferente um árbitro estar fechado numa sala cheia de écrans e ter a serenidade para passar a informação ao árbitro. Mais cedo ou mais tarde, terá de haver uma especialização também em VAR".