Portugal
Adrián López sem espaço no FC Porto, mesmo em ano de segundas oportunidades
2017-08-05 19:30:00
O espanhol não tem lugar no plantel, mesmo num ano em que muitos emprestados foram reaproveitados por Conceição

Em ano de contenção, o FC Porto reaproveitou muitos jogadores que estiveram emprestados, mas, ainda assim, Adrián López continua a não ter espaço na equipa, estando perto de ser emprestado ao Deportivo Corunha, segundo disse o treinador da equipa espanhola. O jogador que foi a contratação mais cara do FC Porto, em 2014, e que parecia ser já um jogador feito, revelou-se um dos piores negócios do clube nos últimos anos.

“É um jogador com quem já conversei um par de vezes e está bastante recetivo. Esperemos que tudo se resolva”, disse Pepe Mel, treinador do Deportivo, clube que Adrián López representou no início da carreira.

Sem espaço, mesmo em ano de segundas oportunidades

Adrián não está integrado no grupo que está às ordens de Sérgio Conceição, onde estão incluídos oito jogadores que regressaram de empréstimo, sendo que alguns deles pareciam mesmo ser já “casos perdidos” para o clube. Diego Reyes, Martins Indi, Ricardo Pereira, Rafa Soares, Mikel Agu, Hernâni, Marega e Aboubakar estiveram cedidos a outros clubes em 2016/17 e fazem, neste momento, parte do plantel. Nem todos foram emprestados pelas mesmas razões e se há casos, como o de Rafa Soares, em que a saída foi feita à procura de tempo de jogo e com um regresso em perspetiva, os regressos de jogadores como Aboubakar, Marega ou Martins Indi afiguravam-se como muito mais improváveis.

Em ano de contenção devido às limitações impostas pelas regras do fair-play financeiro, o FC Porto e, em particular, Sérgio Conceição teve de dar segundas oportunidades a vários jogadores. No entanto, nem assim Adrián López teve espaço.

Uma contratação que parecia segura

Contratado ao Atlético de Madrid no verão de 2014, Adrián López foi o jogador em quem o FC Porto mais investiu nesse ano, gastando 11 milhões de euros para ter 60% do passe do espanhol.

Não parecia tratar-se de uma aposta de risco num qualquer jovem com potencial, mas sem provas dadas. Nada disso. Adrián López tinha já 26 anos, tinha sido internacional sub-21 por Espanha e contava duas centenas de partidas na Liga Espanhola, sobretudo ao serviço de Deportivo Corunha e Atlético Madrid. As últimas três épocas de Adrián antes de ser contratado pelo FC Porto foram feitas ao serviço do Atlético, onde o jogador foi bastante utilizado. Os seus números mostram que vinha perdendo influência (fez 46 jogos a titular em 2011/12, 28 na época seguinte e 15 em 2013/14), mas convém lembrar que o Atlético, nessa última época, venceu a Liga Espanhola e chegou à final da Liga dos Campeões.

Além de ser um jogador já experiente, Adrián chegava por recomendação de Julen Lopetegui, técnico também ele espanhol e que o conheceria bem.

A lição aprendida por Pinto da Costa

Mesmo sendo escolha de Lopetegui, Adrián não jogou muito na sua primeira época no FC Porto, participando em 18 jogos, em que só nove foram como titular. Assim, na época seguinte, o jogador espanhol foi emprestado ao Villarreal CF e, na época passada, teve a sua segunda oportunidade no FC Porto. Adrián iniciou a época com Nuno Espírito Santo, mas fez apenas três jogos a titular, a que se somaram seis em que saltou do banco, e acabou por ser novamente emprestado ao Villarreal CF, em janeiro de 2016.

Por essa mesma altura, Jorge Nuno Pinto da Costa reconheceu o erro na contratação do antigo jogador do Atlético Madrid, em entrevista ao Porto Canal, atribuindo também responsabilidade a Lopetegui e a Jorge Mendes.

Lopetegui "quis basear-se em jogadores espanhóis, por serem de um campeonato que conhecia. Com tanta insistência, entrei em contacto com o Atlético Madrid, com o empresário Jorge Mendes e deram-me um preço exorbitante de 60 por cento por 11 milhões de euros. Eu disse logo que não, nem pensar. Entretanto, o empresário apresentou uma solução a que, hoje, voltava a dizer que sim. A ideia seria aceitarmos letras dos 11 milhões, todas para um ano depois. E ele disse-nos que, se tivéssemos problemas, se não o quiséssemos, que ele, pelo mesmo preço, colocava o jogador. O tempo foi passando, o empresário não o colocou, não pôs o dinheiro e quando vieram as letras, nós é que tivemos de as pagar" disse o dirigente portista, deixando uma garantia. “Negócios destes nunca mais faço."

Com contrato até 2019, Adrián López continuará a ser um “problema” para o FC Porto durante mais duas temporadas. O Deportivo parece disposto a “resolvê-lo” para esta temporada.