Portugal
Acabar em beleza com uma obra de arte de Kuca
2018-05-12 23:05:00
O Boavista recebeu e bateu o Belenenses por 1-0 na última jornada da Liga.

Numa partida entre duas equipas já tranquilas na classificação, o objetivo de ambas era acabar o campeonato da melhor maneira. Quem mais sorriu foi o Boavista, que venceu por 1-0 e fez da Liga de 2017/18 a melhor desde que regressou ao primeiro escalão. E fê-lo de forma justa, dado que foi melhor que o Belenenses durante praticamente toda a partida e controlou as operações definitivamente a partir da expulsão de Bruno Pereirinha ainda na primeira parte.

O início, contudo, foi muito lento. Mais posse de bola para o Boavista, mas pouca intensidade de parte a parte. Aos poucos, os axadrezados foram avançando no terreno e as primeiras ameaças tiveram como protagonistas Idris e Carraça. Os remates dos dois jogadores dos portuenses falharam o alvo e acabaram por não incomodar Muriel. O guardião do Belenenses teve mesmo trabalho aos 15', quando Fábio Espinho rematou com perigo e criou a primeira verdadeira ocasião de possível golo no Bessa. Depois da ameaça, veio o (único) golo. Kuca recebeu a bola em desmarcação e passou com a bola por cima de Gonçalo Silva com um gesto técnico brilhante. Depois, teve tempo para rematar como e para onde quis com força e colocação necessárias. Muriel, desta vez, nada conseguia fazer - e não fez.

Nos minutos que se seguiram, o Belenenses esboçou uma reação positiva e demonstrativa de que a equipa de Silas queria empatar o resultado o mais rapidamente possível. Cleylton, de livre direto, atirou por cima (24'), Fredy rematou para defesa de Vagner (25') e Gonçalo Silva, em boa posição, disparou ao lado (26'). Pouco depois, Idris cabeceou e falhou o alvo (28'), e essa pareceu a última 'vida' do Belenenses, que não conseguiu voltar a exercer esta pressão na área boavisteira. Pelo contrário: quem tinha pressão alta era o Boavista, que começou a impedir que o Belenenses saísse a jogar como queria, o que obrigava os lisboetas a apostar nas trasições rápidas perante um adversário subido no terreno.

Mas tudo caiu por terra para o Belenenses aos 42', quando Pereirinha, que já tinha cartão amarelo, cometeu falta sobre David Simão e voltou a ser admoestado, recebendo ordem de expulsão. Até ao intervalo, o Belenenses sabia que o mais importante era aguentar e não sofrer o segundo, e pode agradecer a Muriel pela defesa ao remate de Renato Santos em cima da ida para os balneários.

Os azuis do Restelo ainda sorriram aos 49', mas foi sol de pouca dura: Licá marcou o golo do empate, mas o mesmo foi (bem) anuldo por posição de fora-de-jogo. Voltou, então, o domínio axadrezado, ainda que de forma mais tranquila, o que deu sempre esperança ao Belenenses. Kuca, Rochinha (e Mateus, quando entrou) e Fábio Espinho eram os mais interventivos do Boavista. O cabo-verdiano esteve muito perto do 'bis' aos 62', quando cabeceou para fora, mas com perigo.

Aos 77', aquela réstia de esperança do Belenenses fez-se ouvir e só não deu golo porque Rossi estava lá para, com o corpo, impedir que o remate de Florent entrasse para a baliza de Vagner. Até ao final, pouco aconteceu para além de se ver um Boavista controlador e satisfeito com o 1-0 perante um Belenenses que queria mais, mas que, com dez jogadores, não conseguia. Foi o término perfeito de um campeonato de qualidade do Boavista, clube que se vai aproximando a cada época daquilo que foi no passado.