Portugal
Abel escorregou e caiu no caldeirão a ferver
2017-12-11 23:45:00
SC Braga viu quebrada invencibilidade de três meses na Liga perante um Marítimo que soma 23 jogos sem perder em casa

Um Marítimo "à prova de bala" venceu esta segunda-feira o SC Braga, aumentou para 23 jogos a invencibilidade nos Barreiros e colocou ponto final num período de três meses sem perder dos arsenalistas na Liga. Uma cabeçada triunfal de Zainadine aos 55 minutos foi suficiente para os madeirenses ficarem apenas a um ponto do adversário na corrida pelo quarto lugar. A abnegação e excelente sentido posicional da equipa liderada por Daniel Ramos acabaram desta forma por ter a melhor recompensa.

Disposto no habitual 4x4x2 com um meio-campo composto por Vukcevic, Danilo, Ricardo Esgaio e Xadas, o SC Braga  tentou e conseguiu numa fase inicial impor o seu jogo, de maior posse de bola, num domínio em parte também consentido pelo Marítimo que, com três médios incansáveis (Gamboa, Fábio Paheco e Jean Cléber), partia rapidamente para o contra-golpe.

O jogo era claramente para "homens de barba rija", como costuma dizer o povo, disputado a cada centímetro, a cada metro de terreno, num fervilhar constante de emoções. À passagem da meia hora, Ricardo Esgaio desfrutou de uma excelente ocasião para fazer golo mas Charles leu bem o lance e anulou o perigo. Este momento acabou por marcar e encerrar uma fase do jogo de maior domínio bracarense. O Marítimo reequilibrou as operações e terminou o primeiro tempo a repartir o desafio com os arsenalistas.

No início da segunda parte, o SC Braga mostrou vontade de assumir definitivamente o controlo das operações, mas acabou surpreendido por um lance de bola parada, em que a equipa da casa é especialista. Na cobrança de um livre direto, Edgar Costa cruzou de pé direito para uma cabeçada certeira de Zainaidine que, pleno de oportunidade, inaugurou o marcador. Pouco depois, Ricardo Esgaio entrou na grande área em lance com Dráusio, caiu e pediu penálti, mas o árbitro, Rui Costa, decidiu bem, mandando seguir o jogo.

Esperava-se uma reação mais forte dos arsenalistas nesta fase, mas foi o Marítimo quem atravessou então o melhor período no jogo. Não só defendeu a preceito como manteve sempre o último reduto dos forasteiros em sentido.

O SC Braga via os caminhos para a baliza de Charles praticamente cortados fruto de um excelente sentido posicional do Marítimo em termos defensivos e de uma exemplar ocupação de espaços. Abel Ferreira demorou a mexer na equipa e só a quinze minutos do final fez sair o ineficaz Xadas, dando ordem de entrada a Hassan.

A melhor oportunidade dos bracarenses ocorreu a nove minutos do final com Zainadine a cortar de forma providencial um lance de enorme perigo. Daniel Ramos tirou Edgar Costa de campo e apostou em Ibson, guardando para a parte final do jogo as restantes duas substituições, o que ajudou a quebrar o ritmo de jogo da equipa de Abel Ferreira.

Um jogo quente só podia terminar mesmo a frevilhar. Foi o que aconteceu com Fábio Martins a reclamar penálti praticamente ao mesmo tempo em que Rui Costa, já de costas voltadas, dava o encontro por terminado. Gerou-se, então, a confusão, evitável, caso o árbitro não tivesse optado por finalizar o jogo quando o SC Braga ainda desenhava um lance de perigo.

A vitória premeia a tremenda abnegação do Marítimo, que soube responder da melhor forma depois da surpreendente eliminação da Taça de Portugal aos pés do Cova da Piedade. Contas feitas, o SC Braga soma agora 28 pontos, contra 27 dos madeirenses, uma equipa tremendamente prática e objetiva que sabe aquilo que pode e deve fazer praticamente em cada momento do jogo.