Com uma assistência acima da média no Estádio António Coimbra da Mota, o Estoril Praia fez o que precisava para sobreviver e derrotou o Vitória de Setúbal por 2-1 na penúltima jornada da Liga. Com alguma (muita, vá) sorte à mistura, os estorilistas conseguiram somar os três pontos numa partida em que os sadinos, também eles aflitos, só conseguiram ser uma verdadeira ameaça nos minutos finais.

O jogo era de emoções fortes. O Estoril Praia sabia que tinha de ganhar se não queria decidir já que ia descer à Segunda Liga, enquanto o Vitória de Setúbal também precisava muito dos três pontos para arrumar já com um concorrente direto e ganhar mais oxigénio na luta pela permanência. Contudo, foi mesmo a equipa do concelho de Cascais a começar melhor e o primeiro golo surgiu logo aos 5' e da pior forma possível para a equipa verde e branca. Ewandro cruzou para a área a partir da esquerda e Nuno Pinto, a tentar cortar para canto, rematou para a própria baliza com uma força e colocação tal que não deu hipóteses a Cristiano. Foi um gesto técnico que deixou muitos avançados com inveja, mas foi um golpe duro no jogo do Vitória de Setúbal.

Pouco depois, o sempre inconformado André Pereira cabeceou por cima, mas era o Estoril Praia quem melhor jogava. Nenhuma das equipas jogava bonito, mas os visitados sentiam-se muito mais confortáveis contra os precipitados setubalenses, que o melhor que faziam era confiar em André Pereira para resolver, mas o avançado, sozinho, não ia conseguindo. Aos 16', Lucas Evangelista incomodou a defesa do Vitória, mas Cristiano defendeu. As verdadeiras oportunidades de golo eram escassas, com os guarda-redes a terem trabalho em remates de longe que não eram grande ameaça, como foi a tentativa de Matheus Sávio que Cristiano agarrou aos 35'. O Vitória de Setúbal podia ter feito melhor pouco depois, quando, na sequência de um canto, Nenê Bonilha e Costinha remataram, uma vez cada um, contra a defesa adversária.

Na segunda-parte, pouco mudou, com o Vitória de Setúbal a revelar-se ligeiramente mais rematador nos minutos iniciais. Edinho, por duas vezes, tentou o golo, ainda que sem sucesso, e o Vitória ia-se aproximando cada vez mais vezes da área estorilista. Faltava, ainda assim, um maior nível de atrevimento e qualidade no último terço, e o Estoril Praia aproveitou para responder. Aos 57', Matheus Sávio teve uma grande oportunidade nos pés, mas os dois remates efetuados foram defendidos por Cristiano. O brasileiro ainda tentou servir Bruno Gomes, mas o cruzamento saiu com força a mais.

Não foi à primeira, foi à segunda. Pouco depois de falhar uma das melhores oportunidades do jogo, Matheus Sávio fez mesmo o golo que deu a vantagem de 2-0 à sua equipa. Fernando Fonseca passou a partir da direita e Sávio, de primeira, rematou para o fundo das redes, beneficiando de um desvio num defesa que, mais uma vez, tramou Cristiano. Quem também ia tramando o próprio guarda-redes era Dankler, na baliza contrária. O Vitória de Setúbal colocou a bola na área e o defesa, ao cortar, desviou para a baliza, mas Renan fez uma grande intervenção.

Nos minutos finais, o Vitória de Setúbal chegou-se à frente e começou, finalmente, a criar perigo. Reduziu aos 86', quando André Pereira serviu o recém-entrado Emrah e este rematou com calma e precisão, não dando quaisquer hipóteses a Renan. Logo a seguir, Dankler voltou a cometer um erro ao falhar o corte, com a bola a sobrar para André Pereira e este a rematar para o golo. Golo esse que ia mesmo acontecer, não fosse Duarte Valente, com um corte providencial, a evitar o empate. O Vitória de Setúbal continuou a tentar, mas não conseguiu mesmo fazer mais do que apenas um golo, perdendo assim a hipótese de dar um grande passo para garantir a permanência. Pelo contrário: deu oxigénio ao Estoril Praia, que estava praticamente fora da corrida.