A paciência do CD Tondela na primeira parte, com a pensada espera pelos momentos ideais para esticar o jogo, virou desespero na segunda metade quando a bola parecia se recusar em entrar na baliza, pelo menos que nós tenhamos visto. O Belenenses, por sua vez, assumiu-se como a equipa com mais iniciativa perto do golo até o conseguir, depois, deixou-se à mercê de alguma fortuna, de Muriel, da barra e de uma bola que não se sabe se realmente bateu na linha ou dentro da baliza do guardião brasileiro.
A primeira parte foi aborrecida, mas o que aconteceu mesmo foi que o CD Tondela queria fazer o Belenenses sair da “toca” e então o que fez? Deu alguma posse à equipa de Silas já no seu meio-campo defensivo para depois, em transições rápidas, explorar os espaços deixados pelo balanceamento ofensivo do adversário. A verdade é que apenas o conseguiu um par de vezes e foi o Belenenses que acabou por criar mais lances de frisson junto da baliza de Cláudio Ramos.
Assim foram os primeiros 45 minutos, um jogo de paciência por parte da rapaziada comandada por Pepa, que tão bem resultou na temporada passada. Acontece que Delgado não é Murilo Freitas - agora no Rio Ave -, nem Arango é Pedro Nuno - foi para o Moreirense - e a equipa perdeu alguma capacidade nos movimentos entre linhas. Com Arango, a equipa ganhou mais poder de fogo, é certo, mas em zonas mais próximas da baliza adversária, como, aliás, aconteceu ao segundo minuto quando o avançado tentou o golo com um pontapé de bicicleta.
Os segundos 45 minutos começaram da mesma forma que terminou a primeira metade: muitas disputas no meio-campo e pouca bola perto das balizas. Foi assim até oa 54.º minuto, altura em que Diogo Viana ganhou espaço no flanco direito para cruzar a bola ao segundo poste. Vindo de trás, Fredy rematou de primeira e sem que a bola batesse no chão, pelo menos até bater no fundo das redes de Cláudio Ramos, que nada pôde fazer para impedir o golo do Belenenses.
Ora, depois deste lance, a paciência que o CD Tondela tinha demonstrado até então virou desespero. Pepa percebeu que tinha de passar uma mensagem diferente fez uma dupla substituição. Entraram Jhon Murillo e Peña para os lugares de Bruno Monteiro e Delgado. E na realidade as coisas mudaram de figura. A equipa beirã deixou de ser tão especulativa e partiu com tudo à procura do golo do empate que, diga-se, só não surgiu por mera infelicidade (duas bolas bateram na trave) e por uma exibição atenta de Muriel. Por perceber ficou se a bola rematada por Peña, do meio da rua, entrou ou não. O árbitro disse que não.
É justo dizer que tudo fez o CD Tondela para chegar à igualdade, para além das duas bola que enviou à trave da baliza de Muriel dispôs de mais uma mão cheia de oportunidades claras de golo, que foram impedidas pela exibição de bom nível do guarda-redes brasileiro do Belenenses. Com os minutos a passar a paciência que a equipa beirã havia demonstrado na primeira parte virou desespero e acabou de maneira ridícula com a expulsão de Ricardo Costa. O capitão do CD Tondela tem idade e experiência para não se meter nestas coisas, ou estava à espera que o pontapé que deu a Dálcio passasse despercebido?