Portugal
“A curto, médio prazo poderemos ter só dois grandes”, alerta Luís Vilar
2019-06-03 16:45:00
Diretor da FCSDE alerta para as assimetrias provocadas pelo modelo de distribuição de receitas da UEFA

Durante a Conferência Bola Branca, promovida pela Renascença, Luís Vilar, diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto Europeia (FCSDE), alertou para o risco de um aumento das assimetrias no futebol nacional, ao ponto de FC Porto e Benfica deixarem para trás o Sporting, com a expressão “três grandes” a perder sentido.  

“A curto, médio prazo poderemos ter só dois grandes”, defendeu Luís Vilar, sustentando a sua teoria com a distribuição de receitas feita pela UEFA aos clubes que participam na Liga dos Campeões.

O especialista começou por dar o exemplo do Maribor, clube esloveno que tem um orçamento anual de três milhões de euros e que, pela entrada na Champions, vai receber 15 milhões, o que representa cinco vezes o seu orçamento.

Esta receita da UEFA vai aumentar as assimetrias entre pequenos e grandes e, no caso daquele país periférico, dificultar a tarefa dos adversários do Maribor. “Eu pergunto: nos próximos 15 anos, quem vai ser o campeão da Eslovénia? O Maribor não tem oposição...”, advertiu.

Em Portugal, e ao contrário das grandes ligas, as contas não serão muito diferentes. FC Porto e Benfica receberam mais de 40 milhões de euros só pela entrada na competição, verba que os encarnados voltarão a receber na próxima temporada – por se terem sagrado campeões – e que os vice-campeões podem garantir, se se qualificarem para a fase de grupos.

“Se FC Porto e Benfica passarem à fase de grupos da Liga dos Campeões, eu acho que o Sporting vai passar 10 anos em terceiro lugar. Vai ser muito complicado”, defende.

Acresce que a participação na prova permitiu, no caso do FC Porto, quase duplicar estas verbas. E o Benfica, mesmo sendo eliminado, pôde ter acesso a uma receita que o Sporting não teve.

Pode ver essa declaração neste vídeo: