Portugal
A 'conversa' foi intensa e boa, o empate justo
2018-03-30 23:10:00
O CD Tondela esteve melhor na primeira parte, o Boavista na segunda. Faltou mais eficácia para haver um vencedor

Esta é a história de um jogo em que um empate não significou um jogo aborrecido, pobre de ideias, sem ponta de emoção. Não, foi antes sinónimo de um bom jogo de futebol, jogado quase sempre a um bom ritmo, com intensidade, protagonizado por duas equipas que tudo fizeram para vencer, com estratégias diferentes. O CD Tondela foi superior na primeira parte, o Boavista no segundo tempo. Houve emoção, equílibrio, intensidade, num resultado que, porém, penaliza mais os axadrezados, que ficam um pouco mais distantes da Europa, agora a seis pontos do Rio Ave, naquele que foi o primeiro empate caseiro, depois de cinco triunfos consecutivos em casa, enquanto o CD Tondela fica mais perto da permanência, ao somar 30 pontos.

O CD Tondela entrou melhor, a pressionar alto logo na primeira fase de construção do Boavista. A equipa de Jorge Simão teve muitas dificuldades em ter a posse de bola, otpu mais pelo futebol direto, embora tenha revelado eficácia. Nos dois lances em que chegou com perigo à baliza, no primeiro Mateus rematou ao ferro, no segundo Leonardo Ruiz não perdoou e fez o 1-0 para o Boavista. Mas as dificuldades da equipa boavisteira eram notórias. A equipa carecia na ligação entre o meio-cmapon e o ataque, ao contrário do CD Tondela que jogava com critério, de pé para pé, sempre com Tomané como referência atacante e um Tylor Boyd endiabrado pela direita. O Boavista respondia sempre com futebol direto. Sem David Simão, a equipa ficava sem ideias para chegar à baliza contrária.

Na segunda parte, o Boavista dominou as operações, conseguiu ter finalmente mais posse de bola, e empurrou o CD Tondela para o seu último reduto. Muito pelas ações de Mateus e Renato Santos pelas alas, a arrancarem sucessivos cruzamentos, a maioria, no entanto, demasiado longos, mas também pela entrada de Rochinha, aos 64 minutos, que trouxe para o Boavista mais jogo interior e discernimento na ligação entre o meio-campo e o ataque. Aos 82 minutos, Rochinha teve mesmo um grande momento individual a ganhar um lance sobre a esquerda, a entrar na área e a rematar forte para um corte providencial para canto. Mas foi ele que iluminou os caminhos para a baliza de Cláudio Ramos.

Só que o CD Tondela aceitou a superioridade do Boavista neste momento do jogo e respondeu à 'conversa' com o argumento que sabia defender e conseguiu com uma boa organização anular as ações ofensivas da equipa de Jorge Simão e sair do Bessa com um importante ponto na luta pela permanência. Um empate justo, materializado ainda na primeira parte, num 'diálogo' entre duas equipas que continuaram até ao fim à procura do triunfo que acabou por não chegar. Aos 90+2, Tomané esteve perto de fazer o segundo golo numa ação individual de qualidade mas seria castigo demasiado injusto para o Boavista que também criou oportunidades suficientes na segund aparte para chegar ao golo. O CD Tondela esteve melhor na primeira parte, o Boavista na segunda. Faltou mais eficácia para haver um vencedor. Feliz vai o CD Tondela para casa porque a permanência está cada vez mais perto, a seis jornadas do fim, depois de duas épocas anteriores de agonia.