O diretor das modalidades coletivas de pavilhão do Benfica, Rui Lança, alerta para o facto que as modalidades não estão preparadas para dar resposta à ausência de receitas diretas e indiretas.
“Vai haver um antes e um pós-Covid-19. A grande maioria dos clubes e federações não estão preparados para aquilo que é a ausência de receitas diretas e indiretas, o que vai fazer com que a capacidade de resposta às necessidades seja menor. Fala-se muito do futebol, mas as modalidades, numa dimensão mais inferior, vão viver com isto de igual forma ou de forma mais acentuada”, indicou Rui Lança em declarações à BTV.
Tendo as modalidades uma receita muito menor que o futebol, é determinante que, segundo o dirigente não se dê passos “maiores que a perna”.
A maioria das modalidades suporta a sua aparição na televisão, tem de fazer ginástica para sobreviver com os poucos apoios que existem. Eu não quero ser pessimista, mas vejo que a natureza dos clubes irá mudar: temos de ser muito mais realistas, não podemos dar passos maiores que a perna.
Como tal, o diretor pede a todo o tecido desportivo de Portugal para que se unam para garantir o funcionamento das competições e, por consequência, o garante da verdade desportiva.
“Nós não competimos sozinhos, por isso, precisamos de todo o tecido desportivo em Portugal. O papel dos grandes clubes de alguma forma é também estarem preparados e com boas práticas para os clubes mais pequenos, numa realidade diferente, poderem aplicar no dia a dia.”, comentou.
Ao mesmo tempo, Rui Lança não deixou de criticar o papel do Governo em toda esta situação.
“Da parte do Governo, mais uma vez vê-se o papel pouco ativo. Não achando que o Estado deve controlar tudo na área desportiva, agora pedia-se uma maior intervenção, nem que fosse para tranquilizar”, afirmou.