Visto da Bancada
Paulo Lima (Nº157)
2017-11-16 12:30:00
Médio do Sintrense e antigo júnior do Sporting recorda o jogo em que um falhanço de Bryan Ruiz ajudou a decidir o título

Alvalade, março 2016. Jornada 25. Dia de clássico. Dia de jogo e dérbi do título. O jogo era imperdível. Em campo entraram duas equipas, mas a discussão envolvia a tríade habitual. A vitória do Benfica, por intermédio de um golo de Mitroglou aos 20 minutos deixou o conjunto encarnado na pole position para o título, ainda para mais, numa jornada em que o FC Porto saiu de Braga derrotado pelo SC Braga por 3-1. Se o Sporting ficou a dois pontos do rival de Lisboa, o FC Porto ficou a seis pontos de distância.

Minuto 72. Quase cinquenta mil em Alvalade permitiram assistência recorde para o clube leonino. Cinquenta mil pessoas que desesperaram com aquele momento. João Mário lançou Slimani na direita, o argelino cruzou para a pequena área, E Bryan Ruíz, completamente isolado, atirou de primeira por cima da barra. O lance é um dos mais icónicos dos tempos recentes do futebol português. Pelas boas ou más razões, dependendo da preferência clubística, um momento memorável do futebol português. “Perguntei-me a mim mesmo o que se teria passado na cabeça dele”, confessa ao Bancada Paulo Lima, antigo júnior do Sporting e hoje ao serviço do Sintrense já depois de uma passagem à experiência pelo Sparta de Roterdão no início da temporada.

“Fui com os meus colegas do Sporting, era um jogo que não podia perder. Lembro-me de ter ficado na boa uns dois minutos em pé com as mãos na cabeça a pensar nessa mesma falha do Bryan Ruiz”, desabafou Paulo Lima, incrédulo com o que passou naquele momento. Um falhanço do costa riquenho que em muito ajudou o definir o que seria o campeão nacional de 2015/16. O jogo pode até ter acontecido à 25ª jornada, ainda a nove do final da temporada, mas ainda que o Sporting tenha terminado a liga portuguesa numa impressionantes nove jornadas consecutivas a vencer (incluindo um 3-1 no Dragão à 32ª jornada), o título acabou mesmo por ser festejado pelo rival da Luz.