Visto da Bancada
João Gonçalo Cunha (nº 105)
2017-09-18 12:30:00
João Gonçalo já viu muitos jogos, tanto em casa como fora, mas o que mais o marcou foi um... Benfica-Naval.

É um jogo mais simples, mas ficou toda a gente maluca, porque já quase ninguém acreditava. Falhar 30 golos feitos e depois no último segundo… e depois vês as imagens e vês o Javi Garcia quase a chorar, o Di María maluco da cabeça e não aparece nas imagens, mas o David Luiz também estava possuído, a dar voltas quase olímpicas. Foi lindo!”. Assim terminou o jogo mais marcante a que João Gonçalo Cunha, um dos fundadores da Kick Up Sports, um acelerador de start-ups que tem atualmente uma parceria com o Benfica, assistiu ao vivo.

Tratou-se de um Benfica - Naval, que João Gonçalo reconhece ser “um jogo a que ninguém dá importância” e pode parecer uma escolha estranha vinda de alguém que acompanha quase sempre o Benfica tanto nos jogos em casa como fora, mas as razões foram explicadas de seguida. “Foi no primeiro ano do Jorge Jesus [2009/10], em que ele tinha feito uma super pré-época. Na primeira jornada, empatou em casa com o Marítimo; ganhou 1-0 aos 92 minutos em Guimarães; e, depois, joga em casa com a Naval [à décima jornada] e só se jogava para um lado. Nunca mais me esqueci, porque o Benfica marca um golo aos 92 minutos. O Di María sofre uma falta, bate o livre e o Javi Garcia faz golo. Fica tudo louco da cabeça, porque o Benfica já tinha tido umas 40 oportunidades. Esse jogo para mim é muito marcante, porque o Benfica campeão”, afirma João, explicando que para ele só faz sentido lembrar jogos que depois tiveram consequências positivas. “Por exemplo, há o jogo em casa do Benfica com o Fenerbahce [que os encarnados venceram por 3-1, apurando-se para a final da Liga Europa], mas depois o Benfica perdeu a final. Para mim isso não é uma coisa que seja relevante.” Bem diferente foi o caso daquele Benfica 1, Naval 0. “Acho que a partir daí é que a equipa teve aquele ‘click’ de que era possível e fizeram um grande ano”, recorda João, até porque quando entrou em campo, o Benfica já sabia que FC Porto e SC Braga tinham perdido e o Sporting tinha empatado nessa jornada.

O ano terminou com o Benfica a festejar o título de campeão, depois de quatro anos de vitórias consecutivas do FC Porto. “Era uma super equipa, que tinha Aimar, Saviola, Cardozo, Di María, Ramires, Javi Garcia, Luisão, David Luiz, Coentrão e Maxi. Na baliza já não me lembro”, conta o João, concluindo: “Máquinas!”. Assim, de cabeça, João Gonçalo Cunha conseguiu lembrar todos os jogadores de campo da equipa-tipo daquele ano e teremos de tomar como aceitável o esquecimento de Quim em tão prodigiosa memória. Naquele dia, no entanto, houve mais jogadores a atuar com a camisola do Benfica. Cardozo (suspenso) e Ramires (com problemas físicos) não jogaram, tendo sido rendidos no onze inicial por Rúben Amorim e Nuno Gomes e, quando o golo foi obtido, Jorge Jesus já tinha lançado também Weldon, Keirrison e Felipe Menezes (que não fizeram muito para ficar na memória dos benfiquistas, diga-se).

Do outro lado, um dos homens que ia estragando a noite no Estádio da Luz, com uma grande exibição, foi Peiser, o guarda-redes de uma equipa onde se destacava também Nicolas Godemèche, e que era orientada por Augusto Inácio, que tinha substituído Ulisses Morais.

Veja o golo que tanto marcou João Gonçalo Cunha.