Grande Futebol
Yekini, um lugar na história da Nigéria e no coração dos portugueses
2018-06-09 11:00:00
Antigo goleador do Vitória de Setúbal fez o primeiro golo dos africanos em Mundiais

Falar da Nigéria é falar de Rashid Yekini, figura emblemática do futebol africano que passou durante cinco temporadas pelos relvados portugueses ao serviço do Vitória de Setúbal. Venerado no seu país, o falecido ponta-de-lança conquistou um lugar na história da Nigéria e no coração dos portugueses. O poderoso atacante marcou o primeiro golo dos nigerianos em participações nos Mundiais. Aconteceu em 1994, no Campeonato do Mundo realizado nos Estados Unidos. 

A 21 de junho, num grupo em que fazia parceria com a Argentina, a na altura poderosa Bulgária e a Grécia, os nigerianos começaram por defrontar os búlgaros. E não estiveram com meias meias medidas no jogo de estreia, vencendo por esclarecedores 3-0. Yekini, Amokachi, a passe do antigo jogador sadino, e Amunike, antigo extremo do Sporting, fizeram os golos do expressivo triunfo dos africanos, que, imagine-se, acabaram por terminar o grupo no... primeiro lugar, pese embora o facto de terem perdido por 2-1 frente à Argentina, a sua "besta negra" em Mundiais. 

A Nigéria aguentou-se no Mundial até ao dia 5 de julho e só de lá saiu após um dramático jogo frente à Itália. Amunike abriu o marcador aos 25 minutos e, quando a vitória parecia já não fugir ao conjunto africano, apareceu Roberto Baggio a fazer a igualdade aos 88 minutos. Foi já no prolongamento, através de um penálti convertido novamente pelo astro italiano, aos 102 minutos, que a equipa dirigida por Arrigo Sacchi, que perderia a final para o Brasil após a marcação de grandes penalidades, afastou as "Super águias" dos quartos de final.

Orientada pelo holandês Clemens Westerhof, a Nigéria tinha uma equipa rica em individualidades: do guarda-redes Peter Rufai, que representou o Farense, a George Finidi, Oliseh, Amokachi e, claro, Yekini.

Yekini passou pelo Vitória de Setúbal, entre 1990/91 e 1993/94 e, mais tarde, em 1996/97, sagrando-se melhor marcador da Liga portuguesa ao serviço dos sadinos, com 35 golos. Antes de passar por Portugal, alinhou nos Shooting Stars da Nigéria, seguindo-se o Africa Sports, da Costa do Marfim.

Depois de brilhar em Setúbal e no Mundial 94, nos Estados Unidos, transferiu-se para o Olympiacos. Jogou ainda no Sporting Gijon e no Zurique, antes de regressar à Nigéria para acabar a carreira em 2005, no Gateway FC, na temporada 2004/05. Pela seleção nigeriana, Yekini foi 58 vezes internacional e marcou 37 golos, ajudando as "super águias" a chegar ao seu primeiro mundial, em 1994, ano em que foi eleito o melhor jogador africano.

A Nigéria vai agora disputar o sexto Campeonato do Mundo. Estreou-se em 1994, nos Estados Unidos, e de aí para cá ficou de fora apenas uma vez, no Mundial de 2006, na Alemanha. A melhor classificação foi um 9º lugar, precisamente no ano de estreia. Os nigerianos tiveram sempre no seu caminho a Argentina, com quem vão jogar pela quinta vez em Campeonatos do Mundo. Perderam todos os quatro jogos perante os sul-americanos.

O PERCURSO RUMO AO RÚSSIA 2018

A Nigéria foi a primeira seleção africana a conseguir o apuramento para o Mundial, pese embora ter ficado num grupo teoricamemte complicado. Ainda assim, terminou na primeira posição com 13 pontos em seis jogos, mais cinco do que a Zâmbia, seis do que o grande rival Camarões e mais nove do que a Argélia que, de forma, surpreendente, ficou na última posição com somente quatro pontos.

O JOGADOR A SEGUIR: Victor Moses

O polivalente jogador do Chelsea que o selecionador Gernot Rohr tem utilizado preferencialmente como avançado é uma das atuais referências da equipa nigeriana. Moses atravessa, aos 27 anos, o melhor momento da carreira, contabilizando quatro golos numa temporada repleta de jogos na Premier League (38). É, a par de Iwobi, pertencente aos quadros do Arsenal, um dos jogadores a ter em atenção no Campeonato do Mundo que está prestes a começar na Rússia. Em 36 jogos ao serviço da seleção, apontou 11 golos.

OS CONVOCADOS (lista final de 23 jogadores):

Guarda-redes: Ikechukwu Ezenwa (Enyimba/Nigéria), Daniel Akpeyi (Chippa United/África do Sul) e Francis Uzoho (Deportivo/Espanha).

Defesas: William Troost-Ekong (Bursaspor/Turquia), Shehu Abdullahi (Bursaspor/Turquia), Leon Balogun (Brighton/Inglaterra), Kenneth Omeruo (Chelsea/Inglaterra), Bryan Idowu (Amkar Perm/Rússia), Chidozie Awaziem (FC Porto), Elderson Echiejile (Bruges/Bélgica) e Tyronne Ebuehi (Benfica).

Médios: Mikel Obi (Tianjin Teda/China), Ogenyi Onazi (Trabzonspor/Turquia), John Ogu (Hapoel Be'er Sheva/Israel), Wilfred Ndidi (Leicester/Inglaterra), Oghenekaro Etebo (Feirense) e Joel Obi (Torino/Itália).

Avançados: Odion Ighalo (Changchun Yatai/China), Ahmed Musa (Leicester/Inglaterra), Kelechi Iheanacho (Leicester/Inglaterra), Alex Iwobi (Arsenal/Inglaterra), Simeon Nwankwo (Crotone/Itália) e Victor Moses (Chelsea/Inglaterra).

O ONZE PROVÁVEL

Treinador: Gernot Rohr

GRUPO D

Argentina

Islândia

Croácia

Nigéria

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