Grande Futebol
Vamos lá ser felizes em Gelsenkirchen, parte 2
2018-09-18 22:45:00
O FC Porto voltou ao lugar onde já foi feliz e resgatou 900 mil euros num jogo em que foi melhor do que o Schalke

O regresso a Gelsenkirchen não foi perfeito mas chegou para o FC Porto conseguir um empate diante do Schalke no arranque da fase de grupos da Liga dos Campeões e arrecadar 900 mil euros. Os dragões até podiam ter saido mais felizes de um palco de boas recordações, pela conquista da segunda Liga dos Campeões da história do clube, em 2004, mas o minuto 13 foi mesmo de azar para a equipa de Sérgio Conceição. Alex Telles desperdiçou a conversão de um pontapé de penálti que daria vantagem ao FC Porto e, quiçá, outro rumo à partida. A série "felizes em Gelsenkirchen" conheceu a sua segunda temporada e desta vez teve contornos mais dramáticos, mas com final sorridente para os dragões.

Apesar de alguns erros cometidos ao longo do duelo com a equipa alemã, sobretudo na primeira fase de construção com muitos passes errados, e o recuo em demasia após o golo de Otávio, o FC Porto esteve sempre mais próximo da vitória, criando mais oportunidades de golo do que o adversário. Aliás, a estatística "está" do lado do FC Porto que teve mais posse de bola (57%/43%), embora não de forma muito consistente, mais remates à baliza (5/3) e o mesmo número de remates globais (10/10). E até nas faltas cometidas, o FC Porto soube responder bem ao jogo mais físico e intenso do Schalke, que se apresentou num esquema bem definido de três centrais, quatro médios e um avançado mais posicional (Uth), apoiado por Embolo e Schöpf.

Os dragões entraram nervosos na partida, na expetativa de verem o que o adversário poderia fazer mas foram crescendo ao longo da partida e adaptaram-se muito bem ao jogo muito físico e vertical da equipa alemã. Nem mesmo o penálti falhado por Alex Telles, o primeiro que o lateral brasileiro desperdiça com a camisola dos dragões, quebrando um registo de quatro anos sem penáltis falhados por parte do FC Porto na Liga dos Campeões, atormentou o campeão nacional que mostrou personalidade num estádio onde a equipa portuguesa procurou voltar a ser feliz.

A grande dificuldade do FC Porto assentou sobretudo na primeira fase de construção, onde a equipa portuguesa falhou muitospasses. Mas houve uma explicação para isso e que tem muito de mérito do adversário. Os três elementos mais adiantados do Schalke fizeram quase sempre uma grande pressão logo à saída de bola do FC Porto o que dificultou, e de que maneira, a clarividência dos passes dos jogadores portistas que não conseguiam passar com critério essa primeira barreira do jogo. De qualquer, e tirando o lance de penálti de Alex Telles, a primeira parte não trouxe chances de golo para nenhum dos lados, num jogo de muitos duelos físicos. Uma primeira parte no fundo muito equilibrada, espelhada nas estatísticas: seis remates para cada lado e apenas um à baliza para cada uma das equipas.

O FC Porto teve uma entrada muito forte na segunda parte e em dois minutos conseguiu criar dois lances que levavam selo de golo, mas o guarda-redes Fährmann e alguma infelicidade na finalização impediram que os dragões arrancassem o primeiro sorriso em Gelsenkirchen. Aos 60', Sérgio Conceição fez a primeira alteração na equipa. Tirou Aboubakar e lançou Corona, indo Marega para o eixo do ataque portista. Mas três minutos depois, uma sucessão de erros, primeiro de Herrera e depois de Danilo, com este a ficar a reclamar falta, criou um contra-ataque rápido do Schalke que culminou com o golo da formação alemã. Aos 75 minutos, veio o golo do FC Porto: Marega sofreu uma falta dentro da área dos germânicos e Otávio, com sangue frio, assumiu a responsabilidade e não tremeu depois de Alex Telles ter falhado na primeira tentativa. Nos últimos minutos, o FC Porto recuou muito e voltou a protagonizar uma sucessão de passes errados, colocando-se a jeito e mesmo ao cair do pano por pouco que Felipe não fazia autogolo. Mas seria um castigo demasiado penalizador para um FC Porto que sem ser brilhante revelou a consistência suficiente para voltar a sair de Gelsenkirchen de sorriso no lábio.