Uma vitória segura e simples de Portugal no Hampten Park, em Glasgow, diante uma Escócia de qualidade muito inferior, numa partida sensaborona, jogada a ritmo lento, e que valeu pelo 'calor' dos golos de Hélder Costa (uma estreia absoluta e um golo), Éder (um regresso e um golo) e Bruma (golaço), e pela garantia que fica que a segunda linha da Seleção Nacional está aí para dar conta do recado, sobretudo frente a equipas do nível da seleção escocesa que somou a sexta derrota em oito jogos.
Fernando Santos operou uma revolução no onze que defrontou a Escócia, mas manteve o 4x3x3. Rúben Dias foi o único a manter-se no onze inicial em relação ao jogo com a Polónia. Hélder Costa estreou-se, e Éder, o herói do Euro 2016, regressou ao onze. Face a tantas mudanças, foi normal que Portugal sentisse algumas dificuldades iniciais em ligar os setores.
Com o decorrer da partida, sobretudo a partir dos 25 minutos, Portugal começou a encontrar-se, a conseguir circular a bola com critério e, naturalmente, começou a ganhar ascendente sobre a Escócia e construiu uma vitória que assenta bem à equipa das quinas, tal a diferença abissal entre as duas seleções, num jogo porém longe de ser brilhante. Mas como um dia observou filosoficamente Valdano, o futebol é um jogo de hábitos onde a continuidade é importante. Não se podia, pois, esperar que um onze onde só Rúben Dias foi o sobrevivente da partida com a Polónia, pudesse arrancar uma exibição melhor do que aquela que conseguiu este domingo, em Glasgow.
O particular com a Escócia valeu não só pela vitória de Portugal, que é sempre um bom contributo para o ranking, mas também por ter dado para fazer novos internacionais, como Hélder Costa, Pedro Mendes e Cláudio Ramos, com o primeiro, inclusive, a ter a felicidade de marcar. A Escócia ainda reduziu ao cair do pano, num golo em que a seleção nacional, que terminou o jogo em 3x5x2, estava num momento de desconcentração total.
O golo de Hélder Costa na primeira parte veio trazer alguma emoção a um jogo que estava a ser enfadonho e muito marcado pela fraca qualidade do oponente de Portugal. No segundo tempo, apesar de Portugal continuar lento na construção conseguiu circular melhor a bola e sem forçar muito conseguiu marcar mais dois golos, o último dos quais um golaço de Bruma. O extremo do RB Leipzig foi a par de Hélder Costa o melhor em campo, sempre a esticar o futebol de Portugal. De todos, foi o que deu mais indicações de poder discutir um lugar na primeira linha da Seleção Nacional. Prossegue assim sem dramas a renovação da Seleção Nacional e em Glasgow, sem realziar uma exibição por aí além, Portugal fez o suficiente para ganhar, adornada com o golaço de Bruma.
Sem o mesmo grau de responsabilidade do jogo com a Polónia, e com um onze renovado, Portugal não manteve os mesmo indíces exibicionais, nem podia, mas manteve a mesma ambição. Se não deu muito para consolidar ideias, pelo menos deu para testar caras novas, promover três internacionais e fazer regressar um herói que até marcou um golo, Éder.