O camaronês André Onana foi uma das figuras do Ajax na caminhada da turma de Amesterdão na última edição da Liga dos Campeões até à meia-final. O guarda-redes africano é um dos jogadores mais acarinhados mas confessa agora como "é difícil" lidar com o racismo ao longo da carreira. "Não é fácil para um guarda-redes negro chegar ao topo", destaca.

Onana, que anteriormente disse que os clubes "não confiam em guarda-redes negros", diz ainda que no seu primeiro ano no Ajax chegou à final da Liga Europa e depois havia um clube interessado na sua contratação. Mas esta não ocorreu por motivos raciais. 

"Conversaram comigo a dizer que havia um clube interessado, mas que esse clube tinha decidido não me contratar, porque seria difícil explicar aos adeptos a contratação de uma guarda-redes negro. Não era porque não me achavam bom o suficiente...Considerei isso como um elogio ", afirmou, em entrevista ao jornal holandês 'Het Parool'.

Onana explica ainda que, ao contrário das indicações que tem da UEFA para os jogadores abandonarem o relvado sempre que sejam vítimas de insultos racistas, o camaronês avisa que não o irá fazer.

"Não porque é isso que eles querem. E não quero dar aos que gritam o que querem. É claro que há limites, mas você também precisa entender que é a única forma que os adeptos rivais têm de te afetar."