Grande Futebol
“Em Manchester não tive o reconhecimento merecido”, diz Mourinho
2019-08-02 10:50:00
Em entrevista à 'Sky Sports', o técnico português explica ainda que gosta de ser chamado de 'Special One'

Não foi propriamente como desconhecido que chegou a Inglaterra, no começo do milénio, até porque carregava na mala uma conquista da Liga dos Campeões e da Taça UEFA (agora Liga Europa).

Daí que José Mourinho assuma que, em terras de Sua Majestade, nem sempre recebeu o devido valor que crê merecer, sobretudo em Old Trafford, o último projeto onde esteve.

"A minha passagem pelo Manchester United não foi fácil. Não foi fácil. E sempre senti que vencer a Liga Europa foi fantástico, mas não pareceu que o foi, a julgar pela forma como as pessoas encararam essa vitória. Acabar no segundo lugar [da Premier League] foi ainda mais relevante. Senti sempre o seguinte: estou a trabalhar bem, estou a dar tudo e não estou a ter o reconhecimento merecido”, lembra o português, em entrevista à 'Sky Sports'.

O sadino promete que quando voltar ao ativo irá entrar a sorrir na sala de imprensa para conversar com os jornalistas, ele que ao longo dos anos foi colecionando momentos de tensão, sobretudo com a imprensa britânica.

"A única coisa que posso prometer é que, quando tiver um novo projeto, um novo clube, ficarei tão feliz que entrarei na primeira conferência de imprensa com um grande sorriso", refere.

A passagem por Old Trafford já lá vai para aquele que o mundo conhece por 'Special One', uma expressão que lhe agrada.

"Na primeira conferência no Chelsea perguntaram-me se estava preparado para a Premier League. Respondi: 'O quê? Acabei de ganhar a Champions e acham que não sou ninguém?'".

Mourinho assume agora que, porventura, foi "um bocado agressivo por ter dito aquilo". "A partir daí acabou por pegar [a expressão 'Special One'] e não vejo problema nisso".

O jornalista confronta Mourinho com uma ideia: “A imagem que transmite ao público é muito diferente do verdadeiro José Mourinho”. E porque existe essa diferença?

“Talvez seja culpa minha. Talvez seja culpa minha, pela minha personalidade. Sou muito fechado. Quando estou a trabalhar preciso do meu espaço, da minha solidão. Um treinador de futebol tem de ser um homem solitário, com os seus pensamentos, os seus sentimentos, com as suas decisões. Há pessoas que trabalham com ele, mas a palavra-chave é ‘decisão’ e a decisão só pode ser tomada por uma pessoa”.