Grande Futebol
"Todos os dias o meu nome e o do Flamengo estão nas televisões de Portugal"
2019-08-15 16:20:00
Jorge Jesus admite "mudar muita coisa" depois de perceber a importância da Libertadores para os adeptos

Libertadores. Foi esse um dos principais motivos que levou Jorge Jesus a aceitar a proposta do Flamengo, confessou o próprio em entrevista ao site da competição, quando desafiado a definir a prova numa palavra. 

"Vencê-la. Foi o meu chip quando apareceu essa oportunidade do Flamengo. Sim, Flamengo. Porquê? Libertadores. Foi esse desafio", afirmou o treinador português, que reconheceu só depois de chegar ao Brasil ter percebido a dimensão da competição para os adeptos. 

"Depois de chegar aqui em entendi. Antes não entendia. Achava que para eles o mais importante era o campeonato. (...) Agora, depois desta eliminatória [frente ao Emelec] é que percebi isso. Isso vai fazer-me mudar muita coisa. O meu pensamento era ao contrário. A Libertadores era muito importante, mas não era o foco número um", admitiu. 

Jorge Jesus foi questionado sobre o facto de, depois de assinar pelo Flamengo, outros europeus tere rumado à América do Sul, como De Rossi ou Juanfran. 

"O futebol sul-americano, principalmente o brasileiro, melhorou muito no aspecto financeiro, paga-se muito melhor. Hoje é mais difícil tirar jogadores do Brasil para a Europa, há uns anos não era, apesar que o mercado europeu não há comparação com aquilo que os jogadores e os treinadores ganham. A minha vinda ao futebol brasileiro despertou muito tudo. Eu sou um treinador muito conhecido por causa das finais europeias, por causa do Benfica. Todos os dias o Flamengo está nas televisões de Portugal, todos os dias o meu nome está", vincou. 

Na mesma entrevista, na qual falou sobre o regulamento instaurado no Flamengo, Jorge Jesus destacou ainda alguns jogadores sul-americanos com quem trabalhou, entre os quais Aimar. 

"Di María, Saviola, Tacuara Cardozo, Nico Gaitán... Mas o melhor foi Pablo Aimar. Ele via as coisas à frente. Eu tenho um jogador um pouco parecido na minha equipe, que é o Arrascaeta, como ele. Antes de chegar a bola, o Aimar já sabia o que fazer com ela. Jogava de costas, como se pudesse ver. Quando tinha a bola, era um pensador de jogo acima do normal", referiu. 

Por fim, o treinador português deixou ainda a sua opinião sobre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. 

"São diferentes. Se tivesse a inteligência de juntar os dois, ninguém os ganharia. Mas fazem os dois a mesma coisa com estilos diferentes. Para mim, o melhor é Ronaldo. Mas Messi, para quem vê, é mais artista. Messi é mais criador do que Ronaldo, mas o Ronaldo é um finalizador, e nesse momento o Ronaldo deveria ser o exemplo de jogador para toda a gente", começou por dizer. 

"Todo o menino que quiser ser jogador de futebol devia ter o exemplo do que é ser profissional de futebol. Ronaldo nasceu para jogar, vive pelo futebol, prepara-se para o futebol. Profissional exemplar. (...) Em casa tem ginásio, campo para treinar, ele só pensa em se valorizar. Ele está com 34 anos, vai jogar mais três, quatro anos. O Messi não vai chegar aí", rematou.