Grande Futebol
Sucesso de Jorge Jesus "obriga" clubes a contratar treinadores ofensivos
2020-02-26 18:10:00
Imprensa brasileira salienta a mudança de postura operada com as prestações do Flamengo

O 'efeito Jorge Jesus' continua a ser analisado ao pormenor no Brasil, tanto mais que o treinador português pode alcançar esta madrugada o quinto título pelo Flamengo em menos de um ano.

Depois da Libertadores, do Brasileirão, da Supertaça e do campeonato carioca, Jorge Jesus pode levar daqui a horas o Flamengo a erguer a Recopa Sul-americana.

Numa antevisão à partida, Jorge Nicola, um dos mais conhecidos comentadores da ESPN Brasil, realçou a mentalidade ofensiva que o técnico português 'importou' para o futebol brasileiro.

Vários clubes aproveitaram a nova época para apostar em treinadores conhecidos por apostarem no ataque.

"O sucesso do Flamengo do [Jorge] Jesus obrigou alguns 'times' a fazerem movimentos nesse caminho", apontou Nicola, citando os exemplos de Tiago Nunes (Corinthians) e Fernando Diniz (São Paulo).

"Infelizmente, os clubes brasileiros não vinham jogando de forma ofensiva. O Felipão foi campeão recentemente pelo Palmeiras e vários clubes seguiram copiando", reforçou.

O "sucesso de Jorge Jesus" tornou também visível o "desperdício" que continua a abundar no futebol brasileiro, que "ignora alguns personagens extremamente importantes", como Miguel Ángel Ramírez, o técnico do Independiente del Valle, 'apenas' o adversário do Flamengo na madrugada de hoje.

"Levando em consideração que foi oferecido, que assinou procuração para um empresário brasileiro e que negociou com o Atlético Mineiro e com o Vasco, é para mim o maior desperdício de todos. Esse é que devia ter vindo trabalhar para o Brasil, mas Vasco e Atlético Mineiro preferiram Dudamel e Abel Braga", salientou.

Nicola não tem dúvidas: "Algumas opções dos dirigentes são de difícil compreensão".

O Flamengo recebe esta madrugada (00h30, hora portuguesa) o Independiente del Valle para a segunda mão da Recopa Sul-americana, depois do 2-2 na primeira mão, no Equador.