Grande Futebol
Sonhar foi pouco para o SC Braga fazer o que ainda não foi feito
2018-02-22 22:40:00
O SC Braga fez um jogo bem conseguido frente ao Olympique Marselha, venceu, mas os erros do passado foram fatais.

O sonho durou os 90 minutos, mas não foi suficiente para fazer o que ainda não foi feito. O SC Braga conseguiu vencer o Olympique Marselha, por 1-0, esta quinta-feira, mas acabou eliminado nos 16 avos de final da Liga Europa. Tudo por culpa dos erros do passado. O desaire por três golos em solo francês tornava quase impossível a tarefa dos minhotos. Nem mesmo o salvador Matheus, guardião que conseguiu segurar a vantagem arsenalista por inúmeras vezes, valeu para a equipa de Abel Ferreira conseguir operar a reviravolta.

A missão era simples: o SC Braga necessitava de marcar três golos no tempo regulamentar, caso não sofresse nenhum, de forma a levar o jogo para prolongamento. Para que se entenda bem a dificuldade inerente a essa façanha, vamos relembrar as palavras de Abel Ferreira na antevisão à partida. “O desafio é procurar fazer o que ainda não foi feito”, salientou o treinador dos bracarenses em clara alusão ao facto de o clube nunca ter conseguido virar uma desvantagem de 3-0 nas competições europeias. Quer uma estatística melhor que sirva para motivar os jogadores de uma equipa?

A verdade é que o SC Braga entrou bem no jogo, a pressionar o Marselha e a conseguir conquistar a bola pouco tempo depois de a perder. O conjunto francês deslocou-se à Pedreira com o pensamento de que a eliminatória já estava “no papo” (perdoe-se a linguagem) e os primeiros minutos do encontro testemunharam muita passividade da turma de Rudi Garcia. Os minhotos surgiram com maior incidência no meio-campo adversário, mas o passar do tempo resultou num jogo mais aberto e dividido entre ambas as partes. Não obstante o facto de o Marselha também aparecer na área arsenalista, era o SC Braga quem conseguia criar mais perigo, primordialmente através das incursões de Esgaio, Ricardo Horta e Wilson Eduardo, todos eles velozes com bola controlada e precisos na verticalidade.

Ao recordar, mais uma vez, as palavras de Abel antes do duelo desta noite, o técnico referenciou a importância de marcar um golo antes do intervalo. O que fizeram os seus pupilos? Exatamente isso, claro está. Aos 31 minutos, Ricardo Horta colocou o emblema da cidade dos Arcebispos em vantagem, numa jogada que começou com Jefferson a cruzar para a área francesa e Wilson Eduardo a surgir ao segundo poste a amortecer a bola para o autor do golo.

Na segunda parte, o Marselha pensou que estava no momento ideal para fazer o golo que poderia dar a tão desejada tranquilidade e apareceu no relvado de forma intensa e com as linhas mais subidas, fruto da entrada em campo do ‘bombeiro’ Anguissa para o lugar de Njie. Os franceses também fizeram estratégia de conseguir parar em muitas ocasiões a mobilidade bracarense, através de ações faltosas, aqui com Luiz Gustavo em claro destaque (nem um cartão amarelo senhor árbitro, a sério?). 

O segundo tempo viu Matheus elevar-se ao estatuto de homem do jogo, pois foi ele que segurou e manteve vivo o sonho de toda a cidade de Braga, com defesas atrás de defesas a remates adversários, a maioria deles dos pés de Germain, que surgiu frente a frente com o guardião brasileiro por mais que uma vez. Como o segundo golo não chegava, Abel lançou as duas cartadas finais aos 73 minutos, com as entradas em campo de Fábio Martins e Xadas, sendo que este último ainda mexeu com o jogo, com algumas combinações com André Horta e deixou indicações positivas. Ainda assim, os bracarenses não mais conseguiram mexer com o resultado e o encontro terminou mesmo com um 1-0, que à partida até poderia ser um bom resultado para a turma arsenalista, não fossem os erros do passado e o resultado negativo que trouxe da primeira mão.