Grande Futebol
"Se não tomarmos medidas drásticas, podemos assistir a outro momento à Cantona"
2019-08-26 23:10:00
Episódios de racismo têm manchado a Premier League neste início de época

Raheem Sterling, Tammy Abraham, Paul Pogba e, mais recentemente, Marcus Rahsford. A Premier League tem sido palco de vários casos de racismo neste início de época, com os dois jogadores dos 'Red Devils' a não serem perdoados, nas redes sociais, depois de desperdiçarem duas grandes penalidades em dois jogos consecutivos. 

O Manchester United já pediu uma reunião com caráter de urgência com os responsáveis do Facebook e do Twitter para que sejam tomadas medidas, algo essencial para se prevenir um 'momento à Cantona', considera o antigo jogador Garth Crooks. Eric Cantona, recorde-se, ficou célebre por pontapear um espetador durante um jogo no Selhurst Park, em 1995, por estar, alegadamente, a ser insultado.

"Se não forem tomadas medidas drásticas, podemos assistir a outro momento como o de Eric Cantona, o que, se acontecer, só se poderá culpar o jogo. Eu nunca pensei que fosse possível os jogadores ouvirem insultos racistas nos dias que correm e, certamente, numa indústria como a que vivemos. O racismo nas redes sociais está fora de controlo e nos estádios de futebol não estamos muito longe", afirmou, citado pela BBC. 

"Treinadores e jogadores deveriam boicotar as redes sociais. A campanha #Enough ['Chega', na tradução], da Associação de Futebolistas Profissionais, foi um início, mas claramente não foi suficiente", acrescentou: "As autoridades dos jogos e o Departamento de Cultura, Media e do Desporto devem criar fortes medidas para se denunciar estas pessoas, mas o governo tem de introduzir uma legislação urgentemente". 

Paul Pogba, uma das vítimas dos últimos casos, recorreu este domingo às redes sociais para deixar uma mensagem de prevenção e 'força' contra o racismo, a qual acompanhou com uma imagem do seu filho e de um retrato do seu bisavô. 

"Os meus antepassados e os meus pais sofreram para que a minha geração fosse hoje livre, para trabalhar, para apanhar o autocarro, para jogar futebol. Os insultos racistas são ignorantes e apenas me tornam mais forte e motivado para lutar pela próxima geração", escreveu o francês.