Grande Futebol
SC Braga responde à ineficácia e passividade com 'chip' europeu na segunda parte
2017-08-17 21:30:00
O SC Braga venceu o FH Hafnarfjördur, por 2-1, e mostrou ter duas certezas na equipa: o Xadas e o sucessor Paulinho

Uma primeira parte para esquecer e um segundo tempo que redimiu o mal resultante dos 45 minutos iniciais. Foi assim a prestação do SC Braga, esta quinta-feira, na Islândia, diante do FH Hafnarfjördur, em partida a contar para o play-off da Liga Europa. Após uma prestação pautada pela ineficácia ofensiva e passividade defensiva exibidos no relvado, os bracarenses regressaram dos balneários com o ‘chip’ europeu, pressionaram o adversário, chegaram aos golos e levam uma vantagem de 2-1 para a Pedreira, local da segunda mão.

O desfecho no final dos primeiros 45 minutos era negativo, mas o início do jogo mostrou um SC Braga por cima do encontro, a tentar desde cedo controlar os destinos da bola. Abel Ferreira optou por colocar Paulinho como substituto natural de Rui Fonte (transferido para o Fulham) no onze inicial e o ex-Gil Vicente correspondeu. O avançado foi, a par de Xadas, a principal arma de jogo ofensivo dos minhotos, que revelavam facilidade no capítulo do remate, ainda que a pontaria não fosse a desejada.

Os ‘Guerreiros do Minho’ criavam oportunidades e rematavam à baliza de Nielsen, com o livre direto de Jefferson à barra a ser o culminar da toada ofensiva do SC Braga, mas a ineficácia falava mais alto. Com o desperdício da turma portuguesa, foram os islandeses que cresceram no encontro. Por volta da meia hora, o FH Hafnarfjördur já tinha feito do equilíbrio o aspeto definidor da partida. Qual o principal motivo para tal? A falta de pressão do conjunto de Abel aquando da saída dos islandeses com bola, fator que custou caro aos 39 minutos.

Na reta final da primeira parte, o FH Hafnarfjördur colocou-se em vantagem no marcador, com um golo da autoria de Björnsson que mostrou as debilidades defensivas do SC Braga. Um lance rápido de contra-ataque que nasceu num passe longo na zona defensiva dos islandeses (lembra-se o que foi dito acima em relação à falha dos bracarenses em não conseguirem pressionar a saída de bola?), e terminou com a passividade dos laterais dos arsenalistas.

Regresso ao relvado com atitude renovada e espírito ‘guerreiro’

O SC Braga foi para o intervalo a perder por culpa própria. E foi também por culpa própria que conseguiu dar a volta ao encontro. As principais diferenças da equipa minhota que surgiu no segundo tempo residiram essencialmente naqueles que tinham sido os focos negativos nos primeiros 45 minutos: a pressão ao adversário e a eficácia.

Após um período inicial marcado pela criação de vários lances junto da baliza do FH Hafnarfjördur, os bracarenses conseguiram chegar ao empate, com um golo de Paulinho aos 62 minutos, num lance que mostrou tudo aquilo que o avançado pode trazer ao ataque arsenalista: compromisso, insistência e golo. Desde o restabelecimento da igualdade, o SC Braga não parou de colocar o pé no acelerador e continuou a crescer na partida.

Ainda assim, foi precisamente no momento em que os islandeses voltaram a equilibrar o controlo do jogo que o SC Braga deu o golpe final na reviravolta no marcador. Aos 79 minutos, Fransérgio fez aquilo que melhor sabe – refira-se, recuperar a bola a meio-campo e conduzi-la, em posse, pelo corredor central a penetrar na zona defensiva adversária -, e assistiu Stoiljkovic para o 2-1.

O golo de Paulinho foi, então, o principal fator de mudança no encontro, pois serviu como motivação para a ‘remontada’, ao invés de acomodar os bracarenses. Até ao término dos 90 minutos, os adeptos arsenalistas ainda tiveram tempo de sofrer. A equipa de Abel Ferreira recuou demasiado no terreno e terminou o encontro a ver os islandeses com bolo junto da área e baliza de Matheus.

O SC Braga sai, assim, da Islândia com um triunfo por 2-1, que não permite, no entanto, encarar a segunda mão com total confortabilidade, algo que tem sido corrente deste início de temporada para os minhotos. Deste encontro saem, porém, duas certezas: Xadas é exatamente o futuro e também o presente da equipa, por aquilo que faz o SC Braga jogar e por toda a capacidade técnica e tática que exibido nos relvados; e Paulinho assume-se como o sucessor de Rui Fonte no ataque, com golos e capacidade de luta, características que também definiam o ex-jogador do clube.

No capítulo da arbitragem, o juiz holandês Kevin Blom foi protagonista num lance aos 57 minutos, quando deixou por assinalar uma grande penalidade a favor do SC Braga, quando Hassan foi tocado com o pé de adversário na face, ao preparar-se para cabecear a bola. O avançado dos bracarenses teve mesmo que abandonar o encontro e ser substituído. O jogo foi também pautado por várias faltas, cometidas principalmente na zona de meio-campo, com o intuito de parar contra-ataques adversários.