Grande Futebol
Roberto Martínez: o adepto de Cruyff que tirou o Brasil do Mundial
2018-07-06 22:40:00
Selecionador da Bélgica tem como adjunto o antigo internacional francês Thierry Henry, "especialista"em vencer o Brasil

A Bélgica mandou o Brasil para casa, muito graças a um contra-ataque mortífero, e muito da culpa passa por um treinador catalão que não renuncia ao futebol ofensivo e gosta do Barcelona de Johan Cruyfff, mas que não renuncia ao contragolpe. Estranho? Nem por isso. Roberto Martínez, o timoneiro da seleção belga, nasceu na Catalunha e nunca escondeu que a sua principal influência é o Barça do astro holandês, mas ao contrário de Pep Guardiola sempre disse que "é espanhol e catalão".

Em 1988, Johan Cruyff assumia o comando técnico do FC Barcelona. Roberto Martínez tinha 15 anos e ficou fascinado com o futebol de posse que o treinador holandês implementou no emblema catalão. Em 1995, quando saiu de Espanha e foi jogar para o Wigan, conheceu Jordi Cruyff, filho da estrela holandesa, num restaurante de Manchester. Tornaram-se amigos e, em 2009, Cruyff foi padrinho de casamento de Martínez, neto de Cruyff. Anos depois, foram padrinhos dos filhos de cada um.

Fora de Espanha há mais de 20 anos, Roberto Martínez, nunca treinou em Espanha, passando a maior parte da vida em Inglaterra, primeiro como jogador. Em Espanha, jogou  no Saragoça onde nunca passou da equipa B. Em 1995, aos 22 anos, foi contactado pelo presidente do Wigan e mudou-se para a ilha numa transferência a custo zero. Marcou logo na estreia contra o Gillingham e foi o melhor marcador da terceira divisão inglesa na primeira temporada que passou em Inglaterra. Permaneceu no Wigan até 2001 e foi considerado o melhor jogador da história do clube. Depois de passagens pelo Motherwell, Walsall e Chester City. Terminou a carreira em 2007 e passou a treinador. Orientou o Swansea, onde conquistou a League One, o Wigan onde venceu a Taça de Inglaterra e o Everton.

Em 2016, no pós-Europeu de França foi convidado para dirigir os destinos da seleção belga para substituir Marc Wilmots e está a viver no Mundial da Rússia o maior desafio da carreira. Convidou Thierry Henry para treinador adjunto e em conjunto com o antigo avançado da seleção francesa e do Arsenal, colocou a Bélgica pela primeira vez nas meias-finais de um Mundial pela primeira vez desde 1986, ao mesmo tempo que afastou um dos grandes candidatos ao título, o Brasil. E por falar em Thierry Henry veja-se a coincidência: o antigo avançado francês, em 1998, foi campeão do Mundo pela França derrotando o Brasil na final; em 2006, eliminou o Brasil nos quartos-de-final jogando pela França e agora em 2018, eliminou o Brasil nos quartos-de-final, como adjunto da selecção belga.