Grande Futebol
Regresso de Wayne Rooney à seleção gera controvérsia
2018-11-14 18:00:00
Há vozes contra a chamada do melhor marcador de sempre da história do futebol inglês

O palco é mítico, o Estádio de Wembley, e a homenagem a Wayne Rooney promete ser grandiosa. Depois de ter anunciado o adeus à seleção de Inglaterra a 23 de agosto de 2017, o astro britânico voltará esta quinta-feira a vestir a camisola dos três leões, naquele que será o adeus definitivo, em jogo particular, e simbólico, diante dos Estados Unidos, o país que o recebeu e onde tem brilhado neste final de carreira. Se a homenagem não está em causa, o mesmo já não sucede com o facto de ir mesmo jogar e somar mais uma internacionalização. Há vozes contra, entre as quais as de Peter Shilton, o mais internacional de sempre da história da seleção, e de Stuart Pearce, também antigo internacional.

"A seleção não devia ser utilizada para dar presentes", afirmou o mítico guardião inglês, numa opinião que é partilhada por Pearce. "Ouvi dizer que será um jogo de caridade para a fundação de Wayne Rooney e isso acho fantástico, com Rooney a jogar nos Estados Unidos e agora a regressar, mas sou totalmente contra voltar mesmo ao relvado, jogar e ganhar uma internacionalização."

Rooney já reagiu. "À Rooney". Aceita as críticas e lembra que outros também mereciam. "É normal que haja opiniões diferentes até porque é a primeira vez que acontece", afirmou, sublinhando: "Muitos antigos internacionais, como aqueles que ganharam o Campeonato do Mundo, não foram tratados como deveriam ter sido, mas agora a Federação está a caminhar no sentido de homenagear os jogadores que tanto deram ao país."

O último jogo de Wayne Rooney por Inglaterra remonta a 11 de novembro de 2016 quando em Wembley, o palco do jogo de homenagem, a seleção dos três leões venceu a Escócia por 3-0. "A decisão de me retirar naquela altura foi a decisão correta. Apercebi-me de que tínhamos uma série de jovens que mereciam uma oportunidade."

"Só há cerca de duas semanas soube que esta homenagem seria uma realidade, apesar de estar a ser preparada há um ano", acrescentou aquele que é o recordista de golos com a camisola de Inglaterra, com 53 remates certeiros, e o segundo jogador com mais internacionalizações: vai somar o jogo número 120 e vai assim terminar a carreira a cinco do recorde pertença de Peter Shilton. "Não era certo que fosse jogar mas depois de conversar com Gary Southgate e com os dirigentes chegámos à conclusão de que deveria participar no jogo, que será um momento muito especial", frisou.

De resto, o jogador diz que o mais importante é o simbolismo de voltar a vestir a camisola que tem os três leões no peito. "Para mim não é importante usar a braçadeira de capitão, o número 10 nas costas ou alinhar durante os 90 minutos, Só quero vestir de novo a camisola de Inglaterra." 

Callum Wilson é a grande novidade na lista de 28 nomes anunciada por Gareth Southgate. O avançado do AFC Bournemouth foi chamado pela primeira vez à seleção principal depois de ter registado algumas presenças nas camadas jovens e concorreu com Wayne Rooney no destaque que mereceu por parte da imprensa britânica. O avançado de 33 anos, ex-Everton e Manchester United, atualmente no DC United, vai assim somar a 120.ª internacionalização frente aos Estados Unidos e ter uma oportunidade de se despedir em definitivo da seleção inglesa ao serviço da qual participou em três Europeus (2004, 2012 e 2016) e três Mundiais (2006, 2010 e 2014).

Lista de convocados:

Guarda-redes: Jack Butland, Marcus Bettinelli, Alex McCarthy, Jordan Pickford;

Defesas: Alexander-Arnold, Ben Chilwell, Lewis Dunk, Joe Gomez, Michael Keane, Luke Shaw, John Stones, Kieran Trippier, Kyle Walker;

Médios: Dele Alli, Ross Barkley, Fabian Delph, Eric Dier, Jordan Henderson, Ruben Loftus-Cheek, Harry Winks;

Avançados: Hary Kane, Jesse Lingard, Marcus Rashford, Jadon Sancho, Raheem Sterling, Danny Welbeck, Callum Wilson e, claro, Wayne Rooney.