Grande Futebol
Rakotoharimalala, a estrela do filme da vida de Madagáscar
2018-10-17 22:30:00
A maior.. ilha de África entrou na história do futebol mundial

É a maior... ilha de África, a quarta maior do Mundo e entrou para a história ao conseguir qualificar-se pela primeira vez para o Campeonato Africano das Nações. Madagáscar anda agora de boca em boca não por razões turísticas mas devido ao desporto rei e ao golo obtido por Rakotoharimalala. O nome daquele que se tornou o herói nacional é tão difícil de pronunciar como se antevia ser a tarefa de Madagáscar nesta fase de apuramento tendo em vista o CAN de 2019, a ter lugar nos Camarões entre 15 de junho e 13 de julho, mas a verdade que é apuramento está no bolso quando ainda estão por disputar duas jornadas.

Madagáscar surpreendeu tudo e todos e ocupa nesta altura o primeiro lugar do Grupo A, a par do poderoso Senegal, com 10 pontos, correspondentes a três vitórias e um empate, dispondo de uma vantagem de sete pontos relativamente à Guiné Equatorial, o terceiro classificado. Foi precisamente esta seleção a vítima da equipa de Malgaxe. Um golo do tal Rakotoharimalala, no segundo minuto de compensação da primeira parte, foi suficiente para levar Madagáscar à loucura, na celebração do inédito apuramento.

O obreiro do apuramento é francês e chama-se Nicolas Dupuis, treinador de 50 anos. "Há dois anos e meio o presidente Ahmad que estabelecemos como meta o sonho de nos qualificarmos para o CAN 2019", afirma Dupuis, sublinhando: "Pedi-lhe que me desse a confiança para trabalhar e foi o que sucedeu. Perdemos um jogo com a bela seleção do Kosovo e daí para cá não mais perdemos. A nossa qualificação é verdadeiramente excepcional."

Inicialmente povoada por indonésios e malaios, Madagáscar é uma fusão de culturas, habitada por 18 tribos e etnias, mais conhecida pelas belas paisagens costeiras, florestas tropicais, savanas e desertos, terras altas de montanha e comunidades ribeirinhas. O futebol vai agora tentar concorrer com a beleza natural deste território isolado que é quase um continente, razão pela qual é conhecida pela "ilha continente" ou pelo "oitavo continente", encalhado no Oceano Índico.

Se Madagáscar já está apurada, há nesta altura muitas seleções em apuros, algumas das quais bem sonantes. É o caso da Argélia de Brahimi que perdeu no Benim e abriu agora a luta pelo apuramento a três com o próprio Benim, que tem o mesmo número de pontos (7) e o Togo, a dois pontos de distância, no Grupo D. Com duas vitórias e dois empates, os Camarões, no Grupo B, também lutam palmo a palmo com Marrocos, que só tem mais um ponto (8 contra 7), com o Malawi à espreita de qualquer escorregadela. No Grupo C, Mali, Gabão e Burundi estão todos separados por um ponto, pelo que promete muito a luta até ao final.

Complicadas estão também as contas dos PALOP. Angola perdeu na Mauritânia, que assim liedra com três pontos de vantagem. Pelo meio está o Burkina Faso, qure dispõe de um ponto de avanço relativamente aos angolanos. Já Moçambique também perdeu mas na Namíbia. Está agora na terceira posição a três pontos da Guiné-Bissau e do adversário desta terça-feira. Quanto a Cabo Verde, perdeu na Tanzânia e caiu para a terceira posição, por troca precisamente com a Tanzânia, com quem vai discutir o apuramento, tendo em conta que o Uganda já está bem distante (tem 10 pontos). 

Mais fácil está o Grupo E, com a Nigéria e a África do Sul já com vantagem apreciável face à Líbia, o mesmo sucedendo no Grupo J, onde a Tunísia e o Egito já têm o apuramento no bolso. Tal e qual o Senegal e Madagáscar.