Raheem Sterling, jogador do Manchester City, voltou a ser vítima de racismo nos compromissos internacionais, ao serviço de Inglaterra. O avançado foi uma das figuras do excelente arranque da seleção dos 'Três Leões' no apuramento para o Euro'2020 e, na altura de celebrar mais um golo', dirigiu-se aos adeptos que o insultavam nas bancadas. 

Esta sexta-feira, na conferência de imprensa de antevisão à partida frente ao Fulham, Pep Guardiola comentou o assunto e admitiu que a sua equipa pode abandonar o relvado caso estes episódios continuem a acontecer. 

"Abandonar o relvado? Podemos fazer isso, sim. Não estou sozinho no clube, teria de decidir juntamente com os dirigentes, o meu capitão e os meus jogadores. Mas se todos nós concordarmos, podemos fazê-lo. Porque não?" esclareceu.

"A situação muda quando se faz alguma coisa, se não é impossível, fica tudo igual. É por isso que é bom quando as pessoas como ele [Sterling] se expressam. É bom para o futuro da nossa sociedade", disse ainda Guardiola. 

Porém, o técnico catalão defende que, apesar de ter mais em incidência no futebol, o racismo é um problema da própria sociedade. 

"O problema não é sobre o futebol em si, é a sociedade. O que está a acontecer na sociedade, a extrema direita está a avançar e a mensagem que eles estão a mandar para ganhar votos, eleições, não nos deixa seguros. Não é um problema do futebol, é a própria sociedade. Eu acho que na Europa, não no futebol, está a piorar", prosseguiu. 

"O futebol é uma arma para defender os princípios da humanidade. Há muito tempo, as pessoas diziam que não se pode misturar futebol e política, mas isso não é verdade. Os políticos estão em toda a parte, os direitos humanos estão em toda a parte", rematou.