A equipa do SC Braga não vive um bom momento, depois de uma derrota e um empate na I Liga (2-0 com o Boavista e 2-2, em casa, com o Famalicão), o que motivou alguma contestação dos adeptos no final do último jogo.

E não obstante a boa campanha europeia, a permanência de Sá Pinto não é dado adquirido. “O SC Braga não pode ser isto”, disse há dias António Salvador, depois do empate com o Famalicão.

Ora, a conferência de imprensa de antevisão do encontro com o Besiktas começou precisamente por aqui, com uma jornalista a questionar Sá Pinto sobre uma eventual saída: o próximo serve para definir o apuramento, ou pode determinar o afastamento do técnico?

“Já está a fazer futurologia. Que entrada a pés juntos... Não sei. Provavelmente, você sabe mais do que eu. Não tenho essa informação”, reagiu o técnico (veja o vídeo aqui).

No final do empate com o Famalicão, o presidente frisou que a equipa tem que, "forçosamente", subir na tabela classificativa, na qual é 10.ª classificada, e que representar o SC Braga "significa sentido de responsabilidade".

Num comentário às palavras de António Salvador, o treinador não aponta qualquer incongruência.

"Todos conhecemos a personalidade do presidente. Ele gosta, tal como eu, de ganhar sempre e tudo fazemos para isso, mas, infelizmente, não podemos ganhar sempre. Estou 100 por cento de acordo com ele, temos que estar noutra posição e assumir essa responsabilidade. E eu assumo-a, mas também sei que, mais tarde ou mais cedo, vamos lá chegar", comentou Sá Pinto.

Sá Pinto defende que o SC Braga “tem identidade de jogo” e tem sido superior em quase todos os encontros, criando diversas oportunidades.

"Uma equipa tem que ter uma identidade de jogo. Nós temos, claramente. E não abdicamos dela. Temos sido superiores aos adversários e criado oportunidades de golo. São fatores para que não fuja deste caminho. Seremos cada vez melhores e mais fortes. Temos tido muita infelicidade e há aspetos a corrigir. E estou cá para isso. Divirto-me a ver a minha equipa e eles divertem-se a jogar”, referiu.

O treinador disse ainda que a Liga Europa não torna o SC Braga mais competitivo.

"Somos muito competitivos [na I Liga], tem faltado eficácia e havido um ou outro momento de desconcentração. Não existe uma diferença de mentalidade e de abordagem, mas na liga, tirando alguns jogos, temos assumido as despesas do jogo e isso obriga a expor-nos mais. Na Liga Europa não temos essa obrigação, em termos estratégicos também jogamos em função disso e permite-nos ter outra abordagem. Uma coisa é provocar o erro e outra é esperar pelo erro", disse.