Grande Futebol
Orlando Sá, o "globetrotter", está de volta a casa
2018-07-19 18:20:00
Antigo avançado do FC Porto correu mundo, de país e país, mas encontro "abrigo" no Standard de Liège

"Welcome back, Orlando". Foi desta forma, simples mas significativa, que o Standard Liége deu conta do regresso de Orlando Sá à Bélgica, depois de... cinco jogos na China ao serviço do Henan Jianye. "O bom filho a casa torna", lembram os belgas, que apostaram em Michel Preud'homme como substituto de Ricardo Sá Pinto no comando técnico, depois de uma temporada de sucesso culminada com a conquista da Taça.

Formado no SC Braga, o ponta de lança, que conta uma internacionalização pela Seleção Nacional, rumou ao FC Porto repleto de esperança, mas fez apenas oito jogos de dragão ao peito. Correu mundo, representou sete clubes diferentes e acabou por encontrar a referência de que necessitava no Standard de Liège.

Orlando Sá dificilmente poderia pedir uma melhor estreia pelo Standard Liège a 12 de setembro de 2016. No primeiro jogo com a camisola do clube belga, depois de ter deixado o Maccabi Telavive, precisamente no último dia do mercado de transferências, o avançado fez desde logo questão de dar nas vistas contribuindo com golos para o triunfo de 2-0 sobre o Genk. O internacional português apadrinhou também da melhor forma a estreia de Ricardo Sá Pinto em Liège através de um bis faz agora um ano, transformando-se num dos pontas de lanças portugueses com mais golos em ligas estrangeiras, facto que não passou despercebido a Fernando Santos. "Fomos três vezes ver o Orlando Sá", justificava na altura o selecionador, que acabou por deixar o jogador de fora das pré-convocatórias da seleção.

O dianteiro natural de Barcelos, agora com 30 anos, chgegou à equipa principal do SC Braga na temporada 2008/09. Em 16 jogos, fez dois golos. Muito jovem na altura, destacava-se pelo poderio físico e despertou o interesse do FC Porto, para onde rumou na temporada seguinte. Marcou presença em 11 desafios, tendo apontado um golo, a 24 de janeiro de 2010, na vitória do FC Porto por 2-0 sobre o Estoril Praia referente à Taça da Liga. Na época 2010/11 foi cedido por emprésimo ao Nacional onde apontou cinco golos em 19 jogos. E foi, então, que iniciou a sua aventura pelo estrangeiro. Foi para o Fulham, da primeira liga inglesa, e depois representou sucessivamente o Fulham o AEL Limassol, o Légia de Varsóvia, o Reading, o Maccabi Tel Aviv, o Standard de Liège e os chineses do Henan Jianye.

Na Ásia, acabou por realizar somente cinco jogos, correspondentes a um golo, regressando agora de forma surpreendente ao Standard, que é afinal uma espécie de "segunda casa". "Sinto que estou num campeonato muito competitivo, onde é muito difícil fazer pontos e ganhar jogos. Aqui, quando jogas contra uma equipa, supostamente, pequena, não tens o jogo nem a posse de bola assegurados. O Standard não vai ter 10 oportunidades para marcar e a outra equipa duas. Não é como acontece com os grandes em Portugal quando jogam contra o Tondela ou o Feirense, com todo o respeito pelas equipas, supostamente, pequenas. É só para as pessoas não se admirarem se, na Bélgica, virem uma equipa pequena a, consecutivamente, ganhar pontos aos ditos grandes. Em Portugal, isso acontece uma ou duas vezes, é raro. Em Israel, mais raro era. Por isso tenho este pensamento - ao estar aqui, sinto que todos os dias é um desafio. Mudei hábitos que tinha no passado e que já não tenho. Estou mais focado, mais motivado e sinto-me feliz", explicava já depois de ter trocado o Maccabi pelo Standard. onde efetuou em 2016/17 a melhor temporada de sempre da carreira, ao efetuar 17 golos em 34 jogos.