Grande Futebol
O fim de ciclo de um campeão do mundo que sonha(va) com a Champions
2018-05-17 19:30:00
Buffon anunciou esta quinta-feira o adeus à Juventus quase 20 anos depois

Prestes a completar 23 anos de carreira, Gianluigi Buffon, ainda hoje um dos principais rostos do futebol mundial, anunciou esta quinta-feira o adeus à Juventus quase 20 anos depois do primeiro jogo com a camisola da "Vecchia Signora". "Tenho quase 20 anos no clube, vários como capitão e sou o primeiro a perceber que a Juventus tem de preparar o futuro. O importante era terminar da melhor forma possível", afirmou o internacional italiano, que não deu, no entanto, a carreira por encerrada. "A única coisa certa, é que sábado faço a última partida pela Juventus, o resto está em aberto. Chegaram propostas para estar em campo e fora de campo, na próxima semana, depois de dois ou três dias e de um modo sereno, tomarei a decisão certa."

Falamos assim do fim de um ciclo no clube, mas não de uma cerreira repleta de sucessos. Falamos de um campeão do mundo, de um campeão da Europa, de um vencedor de nove ligas italianas, mas também de um homem que tinha, ou tem (vamos ver o rumo que vai dar à carreira), o sonho de conquistar a Liga dos Campeões, o título que lhe vem escapando ano após ano, facto que ganhou maior expressão com a recente eliminação nas meias-finais frente ao Real Madrid na qual o mitico guardião foi expulso na sequência do penálti que acabou por ditar a eliminação do campeão italiano da milionária competição, depois de ter recuperado uma desvantagem de três golos. Buffon perdeu a cabeça e não poupou o árbitro do desafio, o inglês Michael Oliver. "Marcar um penálti tão duvidoso, ou mesmo super duvidoso, mesmo antes do apito final é destruir o trabalho de uma equipa que deu tudo o que tinha. É ter um caixote do lixo no lugar onde devia ter um coração", disse o guardião italiano. "Tens de estar preparado para um jogo assim. Tens de ver a 1ª mão e ver que um lance semelhante não foi marcado para a Juventus, em Turim. E é preciso especialmente teres uma personalidade forte para apitar um jogo assim. Se não tens personalidade, é melhor veres o jogo sentado na bancada, com a tua mulher e os teus filhos, enquanto comes batatas fritas", acrescentou. Frases fortes que marcaram uma época, culminada agora com o fim de ciclo na Juventus, depois da conquista de seis campeonatos consecutivos.

Foram 17 épocas seguidas com a camisola do colosso italiano. Só a nível interno, Buffon arrecadou nove ligas italianas, cinco Taças de Portugal e seis Supertaças de Itália, palmarés abrilhantado pela conquista de um Campeonato do Mundo, uma Liga Europa e um Campeonato da Europa de sub-21. Falta, então, a tão desejada Liga dos Campeões. 

A 14 de julho de 1995, Buffon despertava como um promissor guarda-redes da equipa júnior e era chamado ao plantel principal do Parma. O miúdo da cidade de Carrara começava então a sua carreira como profissional. Inspirado pelas exibições de N'Kono no Mundial de 1990, deu início à luta com Luca Bucci, naquele que seria o primeiro passo de uma carreira que o conduziria ao Olimpo, afirmando-se como um dos melhores guarda-redes de todos os tempos. Foi mesmo eleito pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol como o melhor guarda-redes dos últimos 25 anos, à frente do nomes como Casillas, Van der Sar, Peter Schmeichel, Oliver Kahn, Petr Cech, Chilavert, Zenga, Zubizarreta e Taffarel. Mais palavras para quê?

GRANDES MOMENTOS DE BUFFON