Há um novo Neymar. Já não cai tantas vezes, assume-se como número dez e marca que se farta. E atinge marco histórico. Com o hat-trick assinado frente ao Estrela Vermelha, em Paris, Neymar igualou o registo de Kaká, juntando-se ao antigo médio ofensivo como os brasileiros melhores marcadores, com 30 golos cada, na história da Liga dos Campeões. Atrás desta dupla surge Rivaldo, com 27 golos. Os 30 golos de Neymar, em 49 jogos, são divididos por FC Barcelona e PSG.
Thiago Silva, companheiro de Neymar, já elogiou o atual momento de Neymar. "Tem funcionado porque ele se propôs a fazer essa posição com todo o gosto. Não adianta mudar a posição de um jogador se ele não tiver prazer em mudar. Nós sabemos as suas qualidades, e sabemos que pode decidir o jogo em qualquer momento", diz o defesa central do Paris Saint-Germain referindo-se à nova posição em que joga o Neymar, atrás de Cavani.
Depois de uma época no PSG em que ficou assinalada por uma lesão que o afastou durante um largo tempo, e do fracasso que foi a presença no último Mundial, Neymar está outro neste início de temporada como dá conta a imprensa francesa. O "France Football" fala numa mudança profunda na maneira de jogar do brasileiro, "mais comprometido com a equipa" e a sentir-se melhor na posição de dez, solto, no apoio a Cavani.
"Há uma mudança, é claro", assegura Eric Rabesandratana, antigo médio defensivo do PSG, citado pelo "France Football". "Ele chegou ao PSG como uma estrela e todos ficaram um pouco impressionados com a transferência. Mas a verdade é que ele precisava de tempo para se enquadrar. Terem-lhe tratado como uma criança não ao ajudou. Ele estava um pouco focado nele, agora é mais jogador de equipa".
A exibição de Neymar diante do Estrela Vermelha mereceu por parte do "L'Équipe" a atribuição da nota 9. O próprio Neymar conseguiu só uma vez atingior a nota máxima daquela publicação, após a vitória contra o Dijon, para a Liga francesa da última temporada, em que marcou quatro golos. "Um Neymar de fogo" escreveu aquela publicação sobre o desempenho de Neymar frente ao Estrela Vermelha. "Um fenômeno impressionante. Sempre em movimento, Neymar esteve em todos os lados do campo, e isso se traduz nos três golos. Muitas vezes, venceu os marcadores sérvios com dribles, acelerações e passes esculpidos. Ainda por cima, teve uma atuação defensiva notável", escreveu o "L'Équipe" sobre a atuação do brasileiro que dos três golos que apontou dois foram de livre direto. A nota do "L'Équipe" coincide com o número de golos que Neymar já marcou pelo PSG na LIga dos Campeões: nove, em nove jogos.
O "France Football" aponta o bom relacionamento do brasileiro com o novo treinador do PSG, Thomas Tuchel, como outros dos aspectos determinantes para a mudança do jogador brasileiro. "Tuchel conseguiu criar uma empatia entre os dois, está em permanente diálogo com ele", explica o ex-guarda-redes do PSG, Jerome Alonzo. "Isto era o que Neymar precisava. Ele está cada vez menos um Mike Jagger. Ele tornou-se um jogador do Paris Saint-Germain".
