O acordo estabelecido entre os donos do West Ham – David Sullivan e David Gold – e David Moyes, o novo treinador, contempla um período de seis meses, mais ou menos à experiência, onde não só o técnico terá de apresentar os inevitáveis resultados, num momento complicado do clube (está em zona de descida), como terá ainda de agradar os sócios, que para além de agastados com a qualidade de jogo que a equipa vem exibindo, olham de soslaio para um treinador que tem somado insucessos desde que abandonou o comando técnico do Everton. Ainda que Moyes afirme que não é bem assim.

A decisão dos responsáveis em não assinar um contrato mais extenso com David Moyes surge depois de notados alguns focos de resistência, entre os adeptos, aquando da divulgação do nome do escocês para suceder a Slaven Bilic. O antigo treinador do Everton, que estava sem clube desde o fim da temporada transata onde não conseguiu evitar a descida do Sunderland AFC, é visto, por muitos adeptos do clube de Londres, como alguém que está em défice de inspiração depois dos sucessivos fracassos ao serviço de Manchester United, Real Sociedad e Sunderland.

Pese embora, David Moyes tenha admitido, aos órgãos de comunicação do West Ham, ter algo a provar, o escocês afirmou, contudo, que sente ter “apenas falhado na última experiência”, a que culminou com a despromoção do Sunderland ao segundo escalão do futebol inglês. Mas nós recordamos, nem em Manchester nem em San Sebastián, o nome de David Moyes é recordado com grande regozijo.

Verdade seja dita, a tarefa que o esperava no Manchester United pós-Alex Fergusson nunca seria a mais fácil do universo. Mas por ser um trabalho difícil e exigente é que o lendário treinador do United aconselhou os responsáveis do clube a voltarem a acreditar na resiliente capacidade dos escoceses em trabalhar sob ambientes pouco favoráveis. Como haviam feito quando o foram buscar ao Aberdeen FC.

Acontece que as coisas não correram nada bem a David Moyes durante a sua passagem pelo colossal Manchester United. O treinador de 54 anos chegou aos Red Devils nas costas de mais uma Premier League conquistada sob égide de Sir Alex Fergunson. As ideias trazidas por Moyes, que tão bons resultados trouxeram ao Everton durante 12 longas épocas, não encaixaram nas particulares exigências de um clube com a aura do Manchester United.

Sem sucesso, e depois de um despedimento há muito anunciado, David Moyes decidiu partir à conquista do futebol continental e aceitou o convite da Real Sociedad para revitalizar um clube histórico que se vinha afastando com alguma precipitação do sucesso. Os resultados voltaram não ser brilhantes para um homem que é conhecido pelo rigor e disciplina que impõe nos seus grupos de trabalho.

Finda a primeira experiência no estrangeiro, David Moyes decidiu regressar ao futebol inglês e a tão desejada Premier League. Aceitou abraçar o projeto que lhe foi apresentado pelo Sunderland AFC. O regresso a uma liga que tão bem conhecia deverá ter pesado na sua decisão. A verdade é que não poderia ter corrido pior. Em 48 partidas cumpridas à frente dos Black Cats, David Moyes apenas venceu oito. Não evitou a descida de divisão e certamente não terá ficado nas páginas douradas da história do clube.

A Moyes resta demonstrar que o passado já lá vai e que o que realmente interessa é o que está para vir. E para Moyes e West Ham o que aí vem é o Watford FC de Marco Silva já na próxima jornada da Premier League.