Grande Futebol
Mislintat, da nova vida do Dortmund à chatice com Tuchel por causa de Óliver
2017-11-22 21:00:00
O olheiro esteve nas contratações que devolveram ao clube alemão a capacidade de estar entre os grandes

Conhece Sven Mislintat? O olheiro que custou cerca de um milhão de euros ao Arsenal e que começou a carreira como assistente do português José Morais numa equipa da quarta divisão alemã. Na Alemanha é conhecido como o “Olho de Diamante” e são lhe entregues os louros das contratações de Robert Lewandowski, Shinji Kagawa, Pierre-Emerick Aubameyang and Ousmane Dembele. Uma das razões porque decidiu deixar o Borussia Dortmund e rumar a Inglaterra? Diz o próprio que foi um desentendimento com Thomas Tuchel por causa de Óliver Torres.

Explicou Mislintat, aos órgãos de comunicação alemães, que na base da sua decisão em deixar em deixar o Borussia Dortmund está um desentendimento com Thomas Tuschel, então treinador da equipa. Isto em janeiro de 2016. Mislintat queria Mario Götze, mas Tuschel tinha o olho em Óliver Torres – que no verão desse ano viria a consumar o regresso ao FC Porto. O olheiro levou a sua avante e a relação com o treinador nunca mais foi a mesma. Depois disso viu-se proibido de assistir aos treinos da equipa.

Aos 45 anos, Mislintat é visto como um dos principais responsáveis pelos anos de sucesso do Borussia Dortmund da era-Jürgen Klopp. Conhecido como o “Olho de Diamante”, a Mislintat são atribuídas as contratações de jogadores - Robert Lewandowski, Shinji Kagawa, Pierre-Emerick Aubameyang and Ousmane Dembele - que serviram de alavanca para o despertar de um clube que vivia, na altura, com dificuldades de movimentação no mercado de transferências. Os fundos não abundavam e o olho clínico era uma exigência.

Foi o próprio a admitir que a chegada de Shinji Kagawa lhe abriu caminho para uma carreira de sucesso. “Foi a contratação de Shinji Kagawa o momento chave da minha carreira”, reconheceu Mislintat em 2012. “Fomos seis vezes ao Japão e fiz cerca de 15 vídeos só do Kagawa. Ficámos convencidos de que ele era o homem de que andávamos à procura”, revelou. Então com 21 anos, Kagawa custou cerca de 350 mil euros ao Dortmund. Dois anos depois, com duas Ligas Alemãs conquistadas, o japonês rumou ao Manchester United em troca de 16 milhões de euros.

A história de sucesso de Mislintat, conhecido como um homem de poucas palavras, começou, em 2002, de braço dado com a história do português José Morais. O novo chefe de prospeção do Arsenal, começou a sua carreira como assistente de Morais no Westfalia Herne da quarta divisão alemã.

Costuma dizer-se que a necessidade faz o homem. E foi a necessidade do Borussia Dortmund em conseguir capitalizar ao máximo o departamento de prospeção, que fez Mislintat. Considerado com um dos quatro pilares do renascimento do Dortmund, numa altura muito difícil na vida do histórico clube da Vestfália, a Mislintat estava destinada a tarefa de encontrar jovens jogadores com grandes hipóteses de atingirem patamares elevados. Capazes de devolver o clube à luta pelos títulos e serem uma grande fonta de receitas. E foi isso mesmo que aconteceu.

Em Londres a sua chegada é aguardada com grande expetativa. Espera-se que o alemão consiga replicar, não só o que fez em Dortmund, mas de certa forma, revitalizar a capacidade de o clube conseguir encontrar jovens jogadores com grande potencial. Capazes de devolver o Arsenal ao caminho dos títulos.