Grande Futebol
Luz do veterano Gedson iluminou o caminho da águia
2018-08-14 21:25:00
Benfica empata a um golo na Turquia e segue rumo ao "play-off" da Liga dos Campeões

A intensa e permanente luz de Gedson iluminou o caminho do Benfica em Istambul conduzindo as águias rumo ao "play-off" da Liga dos Campeões, onde terá pela frente o PAOK, da Grécia. O jovem jogador, de 19 anos, mais parecia um veterano tal a maturidade, tal a forma como explanou o seu futebol e temporizou o futebol preconizado por Rui Vitória. Encurtou distâncias de uma forma avassaladora entre o sector intermediário e o ataque e pautou o ritmo da equipa fruto de uma senhora exibição que resultou no empate a um golo diante do Fenerbahçe.

O treinador dos encarnados dispôs a equipa na habitual estrutura de 4x3x3, com Fejsa, Pizzi e Gedson no meio campo, Salvio e Cervi mais descaídos sobre as alas no apoio mais direto ao homem mais avançado, no caso Castillo, a única novidade introduzida por Vitória no onze. Já Cocu apostou num esquema assente num 4x2x3x1, com Ayew, Giuliano e Valbuena nas costas de Topuk, o homem mais posicional no ataque dos turcos, que começaram com Soldado no banco de suplentes.

O Benfica surgiu personalizado no jogo, com uma atitude positiva, sem particulares cautelas defensivas, frente a um Fenerbahçe que, contrariamente ao que seria expetável, tendo em conta o que estava em jogo e o resultado da primeira mão, entrou muito calculista no desafio, quem sabe fiando-se na ideia de que um golo valeria o prolongamento. Assim, a primeira parte decorreu sob o domínio da equipa portuguesa, que chegou a ter quase 60 por cento de posse de bola. Seguro a defender, com Fejsa no trabalho de sapa e Gedson e Salvio a conferirem velocidade do meio-campo para a frente, o Benfica ditava leis e aos 26 minutos ganhou vantagem no marcador através do jovem jogador, que se antecipou a Demirel na sequência de uma troca de bola entre Salvio e Castillo, atirando a contar para espanto do guarda-redes internacional turco.

O conjunto de Rui Vitória ganhava ainda mais alento, pois o Fenerbahçe passou a ter de marcar pelo menos três golos para seguir em frente na eliminatória. Já com Ferreyra, que substituiu Castillo, que acabou lesionado no lance do golo, denotando problemas musculares, os encarnados dispuseram de nova oportunidade de matar o jogo e a eliminatória. O avançado ex-Shakhtar Donetsk até ultrapassou o guarda-redes turco, após um passe de excelência de Salvio, mas rematou às malhas laterais. 

Foi, no entanto, o Fenerbahçe que acabou por chegar ao empate já nos minutos de compensação do primeiro tempo. Na sequência de um cruzamento do lateral esquerdo Ali Kaldirim, Topuk saltou mais alto do que o pequeno Grimaldo e atirou a contar sem hipóteses de defesa para Vlachodimos. O intervalo chegava desta forma, com a eliminatória relançada.

Antevia-se minutos de dificuldade para o Benfica no segundo tempo e foi o que aconteceu, principalmente a partir do momento em que o treinador holandês dos turcos apostou na entrada de Soldado, não pela influência do espanhol que foi pouco mais do que nula, mas pela alteração estrutural que implicou, pois o Fenerbahçe passou a jogar com dois homens em ponta na frente. A equipa portuguesa sofreu como nunca, mas a partir dos 75 minutos reequilibrou as operações e, mais do que isso, conseguiu voltar a ter o domínio do jogo, sempre sob a batuta de Gedson, até perante a descrença que se ia apoderando dos turcos com o passar dos minutos.

O Benfica acabou, assim, por garantir merecidamente o apuramento para o "play-off" da liga milionária. Foi mais equipa e mostrou-o não só em Lisboa como também em Istambul.