Grande Futebol
Lobo mau acabou devorado pelo melhor Benfica da época
2018-08-29 22:50:00
Depois de 19 minutos de susto, equipa portuguesa partiu para uma exibição segura e personalizada

O melhor Benfica da época venceu esta quarta-feira de forma categórica o PAOK no inferno de Salónica por 4-1 e garantiu um lugar na tão desejada fase de grupos da Liga dos Campeões mercê de uma exibição que chegou a roçar o brilhantismo depois de muito sofrimento na fase inicial de um jogo que acabou por confirmar a superioridade já evidenciada pelos encarnados na primeira mão. São 43 milhões de euros que entram nos cofres do clube da Luz, que esta quinta-feira vão conhecer os adversários na liga milionária.

Rui Vitória manteve a aposta na habitual estrutura de 4x3x3 mas com uma enorme novidade: a inclusão de Seferovic, pela primeira vez titular em detrimento de Ferreyra. A outra alteração passou pelo regresso de Salvio, que substituiu Rafa em relação ao empate a um golo verificado frente ao Sporting. De resto, tudo na mesma, com Gelson a fazer parceria no meio-campo na companhia de Pizzi e Fejsa, uma vez mais a unidade pendular dos encarnados. Do outro lado, o filho de Mircea Lucescu dispôs a equipa num 4x2x3x1. A novidade relativamente ao jogo da primeira mão disputado em Lisboa residiu na chamada do marroquino El Kaddouri.

E foi precisamente este marroquino que catapultou o PAOK, qual lobo mau, para uma entrada estonteante, que tornou o início de jogo da equipa portuguesa aterrador. Medroso, sem acertar nas marcações, o conjunto liderado por Rui Vitória sofreu a bom sofrer durante os primeiros 19 minutos. O mesmo é dizer até ao golo de Jardel, na altura como que caído do céu, fruto de um canto primorosamente apontado por Pizzi e a que o capitão respondeu com um portentoso golpe de cabeça. Antes só havia dado PAOK, que logo no primeiro minuto começou a criar perigo, custando um cartão amarelo a André Almeida aos... 40 segundos. Foi, assim, sem grande surpresa que Prijovic colocou a equipa grega na frente do marcador na sequência de uma bela jogada de envolvência coletiva. Acabou, no entanto, por ser sol de pouca dura.

O golo de Jardel deu, então, entrada em cena ao melhor Benfica da época. Bastaram, aliás, seis minutos para os encarnados passarem para a frente do marcador. Cervi aproveitou um tremendo erro do guarda-redes Paschalakis para ganhar um penálti. Na marcação do castigo máximo, Salvio ainda assustou com a bola a bater no poste, mas a entrar para a reviravolta no jogo.

O Benfica passou a jogar com maior à vontade. Os jogadores libertaram-se da tremenda pressão mental e partiram para uma exibição segura, de qualidade, personificada na irrepreensível jogada de Grimaldo e Cervi concluída com o golo de Pizzi, o terceiro, que permitiu à equipa portuguesa chegar ao intervalo com enorme tranquilidade depois do susto inicial.

Se poucas dúvidas existiriam relativamente à passagem do Benfica rumo à fase de grupos da Liga dos Campeões, elas dissiparam-se por completo com o quarto golo que só demorou cinco minutos após o reatamento. Mais uma falta escusada, desta feita, de Varela sobre Jardel, em plena grande área, e novo penálti. Chamado à cobrança, Salvio voltou a não ser irrepreensível mas fez o mais importante: marcou.

Rui Vitória fez sair, então, o internacional argentino, apostando na entrada de Alfa Semedo e testando outra nuance tática. Os encarnados passaram a jogar num 4x2x3x1, com Fejsa e Alfa Semedo como médios mais recuados, Pizzi descaído sobre a direita, Cervi na esquerda e Gelson numa posição mais central, com Seferovic isolado na frente de ataque. A equipa portuguesa soube gerir o jogo sem qualquer sobressalto, até porque quando foi preciso Vlachodimos respondeu presente.

Contas feitas, o Benfica eliminou de forma merecida uma equipa grega que entrou qual lobo mau e saiu qual cordeiro fruto de uma exibição segura e personalizada dos encarnados, marcada pela eficácia que faltou em alguns jogos, depois de 19 minutos de susto.