Grande Futebol
Lazio vai enviar 200 adeptos por ano a Auschwitz por “culpa” de Anne Frank
2017-10-24 13:55:00
Ofensas antissemitas à rival AS Roma fazem o presidente do clube tomar uma medida peculiar

Claudio Lotito, presidente da Lazio, anunciou esta terça-feira que vai enviar 200 adeptos do clube por ano a Auschwitz, de forma a poderem visitar o antigo campo de concentração nazi. Tudo por causa do que se sucedeu na última jornada da Serie A, nas bancadas do Estádio Olímpico de Roma, onde adeptos da Lazio ostentaram uma imagem de Anne Frank – jovem judaica que foi vítima do holocausto nazi e cuja história, escrita em diário, se tornou mundialmente famosa - com a camisola da rival AS Roma, de forma provocatória.

Dessa forma, o líder da Lazio quer tentar combater esta tendência antissemita, que está associada a algumas fações mais extremistas dentro do clube romano, levando esses mesmos adeptos a conhecerem o mais famoso dos antigos campos de concentração nazis, onde milhares de judeus foram assassinados durante o holocausto.

“A maioria dos nossos adeptos está connosco contra o antissemitismo. Hoje, com esta medida, pretendemos reafirmar a nossa posição, mais uma vez. Ninguém pode usar a Lazio desta forma. Usar a imagem de Anne Frank é um insulto, uma ameaça e é desumano. É uma situação alarmante para um país que há 80 anos sofreu com a crueldade do antissemitismo”, frisou Lotito, numa visita à sinagoga de Roma.

O primeiro ministro italiano também condenou o sucedido. Paolo Gentiloni classificou a ofensa dos adeptos da Lazio como um gesto “inacreditável e inaceitável, mas que não deve ser subestimado”. Já os “Irriducibili”, a claque mais extremista da Lazio, não se distanciou do sucedido e mostrou-se surpreendida pelo impacto mediático de tais imagens, alegando que a mesma atenção não é dada quando são eles a serem vítimas de ofensas por parte dos rivais.