Grande Futebol
Kanté: o "rato" que apanhou lixo na rua e tem 15 pulmões para correr pela França
2018-07-10 17:05:00
Aos sete anos apanhava lixo nas ruas para ajudar a família... aos 27 é uma das principais figuras da seleção francesa.

Hoje em dia é ‘dono e senhor’ do meio-campo da seleção francesa e do Chelsea, mas a história de N’Golo Kanté começou nos subúrbios de Paris, quando apenas com sete anos andava pelas ruas a recolher lixo para reciclagem, de forma a poder ajudar a família com dinheiro. A baixa estatura valeu-lhe várias dispensas de equipas enquanto era jovem, mas o que perde nesse capítulo compensa com o que corre dentro de campo e com a capacidade de recuperação de bola que o faz ser constantemente comparado a Claude Makélélé. Foi precisamente essa ‘garra’ que fez com que o tentassem chamar para uma carreira no rugby, mas o futebol falou mais alto e o francês tem vindo a conquistá-lo através da superação.

As características do futebol de Kanté que o levaram do terceiro escalão francês para o principal… até ao Chelsea, com o Leicester City pelo meio, são conhecidas dos adeptos do futebol em geral. Quem o conhece diz que deve ter mais do que dois pulmões, devido aos quilómetros que corre dentro das quatro linhas. “Deve ter 15 pulmões, caso contrário não entendo como pode correr tanto”, já referiu Pogba. Um dos colegas de equipa de Kanté no Chelsea é Eden Hazard, que será adversário do francês nesta terça-feira, em plenas meias finais do Mundial. O belga até já deu uma alcunha ao companheiro de equipa: o “rato”. Percebe-se o porquê, mas Michael Ballack, ex-jogador, prefere chamar “mosca” ao médio de 27 anos, devido à capacidade de pressão sufocante sobre os adversários em campo.

A recuperar a tal história do rugby… a verdade é que a estatura de Kanté não apela muito para esse desporto. No entanto, o próprio futebolista revelou que quando era jovem teve oportunidade de enveredar por esse caminho. “Quando era jovem, fiz um ‘carrinho’ num torneio e o meu professor disse-me que um olheiro tinha apontado o meu nome. Ele disse-me que ele tinha pensado que eu tinha um bom espírito e todas as capacidades para ser um jogador de rugby”, recordou Kanté, declarações reproduzidas pelo diário espanhol Marca.

A natureza humilde também faz parte daquele que foi distinguido como melhor jogador da Liga Inglesa em 2017 e venceu dois campeonatos consecutivos por equipas distintas, mais precisamente o Leicester e o Chelsea. Enquanto é um hábito ver outros jogadores a chegarem aos treinos do Chelsea em Ferraris, Maseratis ou Jaguars, o internacional francês chega com o seu Mini Cooper, o carro pelo qual trocou a scooter que conduzia para os treinos nos primeiros tempos no desporto rei. “Nunca gostei muito de carros quando era mais novo, nunca tive a ambição de ter um”, já chegou a confessar Kanté.

Em 2012/13, Kanté jogava no terceiro escalão do futebol francês, no US Boulogne. Nas duas temporadas seguintes esteve ao serviço do Caen, equipa na qual fez a transição para Terras de Sua Majestade, onde começou por jogar no Leicester, clube no qual saltou para a ribalta do futebol mundial, com a temporada de ‘sonho’ que terminou com a conquista da Liga Inglesa. Agora, joga no Chelsea e já se fala, em solo francês, que o Paris Saint-Germain estará preparado para cometer uma ‘loucura’ pelo “rato” Kanté. Com 29 internacionalizações pela seleção francesa, Kanté tem sido uma das figuras chave para o trajeto dos gauleses no Campeonato do Mundo.

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