Grande Futebol
Jorge Jesus quer mais, treinadores em Inglaterra querem menos 
2018-01-07 11:00:00
Menos futebol (seja pelo risco de lesões ou por tradição) ou mais futebol (pelo melhor aproveitamento da época festiva)?

Em Inglaterra, o número de lesões de jogadores no mês de dezembro – fase em que existe bastante competição – é muito maior do que nos outros meses. Esta conclusão, com dados que apresentaremos mais à frente, vai ao encontro das queixas de muitos treinadores, que querem menos competição. Mas vai contra as pretensões de Jorge Jesus, que quer mais jogos em dezembro. 

"Sou completamente contra esta paragem do Natal. Na Europa, os países com futebol mais evoluído não o fazem. São muitos dias sem competir. O futebol é um jogo para os adeptos e poderíamos aproveitar o facto de as famílias estarem em Portugal para levar mais adeptos aos jogos, mas não, estamos completamente parados (...) O Pai Natal está a dormir e não se pode jogar jogar…". As críticas são de Jorge Jesus, mas o treinador leonino, possivelmente, não teve estes números em consideração (referentes à Liga Inglesa).

Como vemos, em Inglaterra, nos últimos cinco anos, apenas num deles o número de lesões em dezembro não é significativamente maior do que nos restantes meses. Nas outras temporadas existe uma clara diferença que, segundo alguns treinadores, se explica pelo excesso de competição e, por extensão, falta de descanso. 

Apesar destes dados e das queixas de alguns treinadores – Mourinho e Klopp à cabeça –, o facto é que cada vez mais países adotam o "futebol das festividades", incluindo jornadas no período de Natal e/ou Ano Novo. É o caso de Itália, que se estreou recentemente nesta ideia, ou da Holanda.  

A suportar Jorge Jesus está, por exemplo, o diretor-geral da AS Roma, Mauro Baldissoni: "O conceito é simples: O futebol profissional é um produto de entretenimento e poder oferecê-lo durante este período é uma oportunidade que não pode ser desaproveitada" 

Menos futebol (seja pelo risco de lesões ou por tradição) ou mais futebol (pelo melhor aproveitamento da época festiva)? Uma das correntes terá de vingar e, para já, em Portugal, parece ser a primeira.