Grande Futebol
Itália e Buffon: a queda e o choro de dois gigantes
2017-11-14 09:30:00
Há 60 anos que a Itália não falhava um Mundial.

A Itália chorou, Buffon chorou e um pouco por todo o Mundo se chorou pelos dois gigantes que caíram. A Itália está fora do Mundial 2018 e os danos colaterais de um momento histórico entram, também eles, para a história. Acabou Buffon. Acabou Barzagli. Acabou De Rossi. Talvez acabe Chiellini. O fim de uma Era.

Agora, importa ler, ouvir e, sobretudo, sentir a imprensa italiana. Não é preciso ser versado em italiano para perceber como é que a “Gazetta dello Sport” define o descalabro da seleção transalpina.

Ainda assim, o "apocalipse" italiano foi, quase totalmente, abafado pelo adeus de Buffon, que termina a sua carreira pela seleção italiana. No Twitter, encontram-se duas das mais felizes – se é que é esta a expressão certa – reações ao final de Buffon, que ainda há poucos meses perdeu a final da Liga dos Campeões. Uma reta final de carreira que poucos previam para o lendário guarda-redes.

"Duas das mais tristes fotografias da história dos desportos" e "Se isto não parte o teu coração, não és um amante de futebol".

 

Aos 39 anos, Buffon viveu o afastamento da Itália com uma emoção impossível de ignorar. 175 jogos depois, terminou uma carreira internacional que começou em 1997 e perdeu a possibilidade de ser o primeiro jogador a participar em seis mundiais. Tudo porque a Itália falha, 60 anos depois, a presença num Mundial de futebol. “Falhámos algo importante até a nível social”, explicou o guarda-redes.

Iker Casillas, guarda-redes do FC Porto, quer ver Buffon de cabeça levantada.

Menos compaixão teve Phil Neville, ex-internacional inglês. 

Voltando à imprensa italiana, a que mais importa neste momento, destaque para o “Corriere dello Sport”, que destaca as lágrimas de Buffon, e para o “Tuttosport”, que divide o descalabro por todos os jogadores. "Fuori Tutti" [todos para casa], titula.

Em Espanha, a “Marca” usa o tradicional “Arrivederci Itália, enquanto o “L´Équipe”, em França, escreve “Ciao Itália”.

Momento Zlatan

Do lado sueco, há, claro, espaço para Zlatan Ibrahimovic. O jogador já deixou a seleção, mas não deixa as tiradas irónicas, agora que a equipa chegou ao Mundial... sem Ibrahimovic. "Eu vim do lugar a que as pessoas chamam "Gueto Rosengård", conquistei a Suécia e tornei-a o meu país. O meu caminho. Eu sou a Suécia. Um grande agradecimento ao povo sueco - sem vocês nunca teria cumprido os meus sonhos. Estarão sempre no meu coração azul e amarelo. Amo-vos", escreveu.