Grande Futebol
Islândia e a aritmética que permite escolher os 23 convocados
2018-06-08 11:00:00
Houve quem fizesse a aritmética dos 23 convocados da Islândia aquando do Euro 2016. Este ano há Mundial, por isso...

Sabia que existe uma aritmética para selecionar os islandeses que vão representar a seleção em grandes competições? Pronto, não é assim mesmo que acontece, mas quando a Islândia esteve presente no Europeu de 2016, houve alguém que teve a brilhante ideia de levar a cabo uma conta matemática que fazia perceber como se processava o processo de exclusão da população até se chegar aos 23 convocados para a prova. Situação que poderia acontecer também este ano na escolha para o Mundial da Rússia.

As primeiras contas eram fáceis. Com um total de 332.529 islandeses, à data do Euro de há dois anos atrás, 165.259 eram mulheres, ou seja, não poderiam participar no campeonato do mundo masculino. O critério de exclusão seguinte assentava na idade, ou seja, os homens com menos de 18 anos e mais de 35 não eram ilegíveis, assim como a parte da população que era obesa, o que cortava 144.995 das opções. As exclusões seguintes surgiriam entre parte da população a trabalhar em indústrias distintas como a do avistamento de baleias, vigilância de terramotos e vulcões, pastores e tosquiadores, banqueiros presos (sim, leu bem…), ou até mesmo cegos, pessoas a trabalhar na indústria da medicina, polícia e bombeiros, o que tiraria mais 13.467 opções.

Mas, a exclusões não ficariam por aqui. Ora, vamos lá. Faltariam ainda os adeptos que invadem os estádios, os médicos e fisioterapeutas da seleção, o aguadeiro e o massagista. Tudo contabilizado e com muito humor pelo meio, ficariam apenas 23 possibilidades para a seleção, precisamente o número de jogadores necessários para a competição. Quem diria que a conta ia coincidir na perfeição, não é? No futebol também é preciso ter sentido de humor.

Este ano, a Islândia vai marcar presença num Mundial pela primeira vez e engana-se aquele que pensa que não irá ser avistado o famoso ‘haka’ dos islandeses, levado à fama na campanha de sonho da seleção no Euro da França. Uma autêntica constelação de aplausos entre os adeptos no estádio e os jogadores e equipa técnica no relvado que fazem pensar que o futebol é muito mais do que 22 jogadores atrás de uma bola. O desporto rei move nações e a ‘pequena’ Islândia é prova disso mesmo.

O PERCURSO RUMO AO RÚSSIA 2018

A Islândia apurou-se para o Mundial deste verão com o primeiro lugar do Grupo I da fase de apuramento da zona europeia. Num agrupamento que contava com outras seleções como a Croácia, a Ucrânia, a Turquia, a Finlândia e o Kosovo, os islandeses terminaram a qualificação com 22 pontos, dois acima do segundo classificado, Croácia. Em dez encontros realizados, a seleção da Islândia somou sete triunfos, empatou um duelo e saiu derrotado de duas partidas. Assim sendo, depois de ter marcado presença no último Europeu, a Islândia está prestes a fazer a estreia em Mundiais.

O JOGADOR A SEGUIR: Ragnar Sigurdsson

Não existem dúvidas quanto ao facto de Gylfi Sigurdsson ser a principal estrela da Islândia, mas um outro jogador que partilha desse mesmo último nome merece ser seguido com atenção. Trata-se de Ragnar Sigurdsson, central do FK Rostov que realizou todos os dez encontros de apuramento para o Mundial e tem sido o principal esteio da consistência defensiva islandesa ao longo dos tempos mais recentes. Num grupo de elevado grau de dificuldade, com Argentina, Croácia e Nigéria, a eficácia defensiva será fulcral para a passagem aos oitavos de final e é aí que entra Ragnar como ponto de foco na Islândia.

OS CONVOCADOS (lista final de 23 jogadores):

Guarda-Redes: Hannes Haldórsson (Randers FC/Dinamarca), Frederki Schramm (FC Roskilde/Dinamarca) e Runnar Álex (Nordsjaelland/Dinamarca);
Defesas: Birkir Már Sævarsson (Valur/Islândia), Ragnar Sigurdsson (FK Rostov/Rússia), Sverrir Ingi (FK Rostov/Rússia), Kári Árnasson (Aberdeen FC/Escócia), Hólmar Örn (Levski/Bulgária), Hórdur Magnusson (Bristol City/Inglaterra) e Ari Freyer (KSC Lokeren/Bélgica);
Médios: Samúel Friðjónsson (Valerenga/Noruega), Rurik Gislásson (SV Sandhausen/Alemanha), Birkir Bjarnasson (Aston Villa/Inglaterra), Emil Halfredsson (Udinese/Itália), Gylfi Sigurdsson (Everton/Inglaterra), Oláfur Skulason (Karabukspor/Túrquia), Aron Gunnarsson (Cardiff City/Inglaterra), Arnór Traustason (Malmö FF/Suécia) e Jóhann Berg (Burnley FC/Inglaterra);
Avançados: Jón Dadi (Reading FC/Inglaterra), Alfred Finnbogason (FC Augsburgo/Alemanha), Albert Gudmundsson (PSV/Holanda) e Björn Bergmann (FK Rostov/Rússia).

O ONZE PROVÁVEL

Treinador: Heimir Hallgrímsson

GRUPO D
Argentina
Islândia
Croácia
Nigéria