Depois do escândalo, a redenção. Herrera, que foi notícia por ter sido apanhado juntamente com vários internacionais mexicanos numa festa com 30 acompanhantes de luxo, anda agora nas bocas do mundo pelas melhores razões. O capitão do FC Porto é destaque pelo mundo fora devido à estrondosa exibição que efetuou no surpreendente triunfo do México sobre a Alemanha por 1-0. Da "Gazzetta dello Sport", de Itália, ao diário "Olé", da Argentina, passando pela ESPN americana, até aos espanhóis da "Marca".
"El Zorro", como é conhecido no norte da América, confessa que viveu momentos difíceis, razão pela qual exultou com a vitória e a exibição frente aos atuais campeões do mundo. "Um futebolista está exposto a isto; sobretudo se és daqueles que se destacam. Tivemos dias difíceis como grupo e eu como pessoa. Mas, neste momento, só a morte vai derrotar-me e, até agora, ela ainda não chegou", afirmou, num discurso de raça, pleno de emoção, onde fez questão de recorrer à palavra "orgulho". "É preciso desfrutar desta paixão e deste desporto lindo, que não deixarei de praticar por questões extrarrelvado. Como jogador e como adepto, estou orgulhoso de pertencer a este grupo e de ser mexicano."
As declarações do médio mexicano ganharam peso depois de ter sido eleito o melhor em campo pela generalidade da imprensa mundial. O diário espanhol "Marca" coloca o capitão do FC Porto como um das "10 chaves" do sucesso do México, sob o título: "Héctor Herrera, o dono da partida". "Num jogo de pólvora seca nas áreas e pouco trabalhado no centro do campo, foi emergindo a figura de Héctor Herrera, fantástico. O golo nasceu de um contra ataque iniciado por ele. Lozano marcou o golo, mas o jogo de Herrera foi impressionante", lembra a publicação do país vizinho.
Já "La Gazzetta dello Sport", de Itália, fala em "superpotência. "O México apoiou-se no sentido tático de Guardado e na superpotência Herrera, que jogou com ritmo, correu muito e exibiu técnica na realização de alguns dribles. Foi o motor da equipa." Enquanto isso, os britânicos do "Mirror" referem a possibilidade de o jogador poder chegar a outro nível. "Luto no mieo campo contra alguns dos melhores do mundo e realizou uma exibição excelente. Deu o mote para a explosão num torneio que o poderá levar para outros patamares."
No outro lado do Atlântico, a "ESPN" destacava o triunfo do médio portista perante Ozil, Kroos e Khedira. "Herrera encontrou forma de brilhar com a sua presença enérgica no meio campo. Esteve sempre um ou dois passos à frente dos rivais." Mas os elogios não ficaram por aqui, O jornal mexicano "Récord" enfatizou Herrera como o jogador chave nas saídas para o ataque. "Este magistral num jogo de execução perfeita, frente a dois titãs do futebol como são Kroos e Khedira." Ao mesmo tempo, os argentinos do "Olé" sublinhavam o "todo o terreno" que o jogador do FC Porto personificou. "Foi uma grande opção para a saída de bola, teve boa distribuição e controlou o ritmo."
O centro campista dos dragões levou a melhor em 17 dos 26 duelos em que participou, acertou 81 por cento dos passes, efetuou oito desarmes, duas interceções de bola e apenas perdeu a posse numa única ocasião, recuperando-a de imediato. Teve também sucesso em cinco dos seis dribles que fez e esteve no "tackle" que acabou por estar na origem do golo que determinou a surpreendente vitória mexicana frente à poderosa Alemanha.
O espectacular arranque de Herrera no Campeonato do Mundo surge numa altura em que o capitão do FC Porto, autor do golo do triunfo obtido no Estádio da Luz, frente ao Benfica, está a uma temporada de terminar o contrato com os dragões. Neste contexto, tudo aponta para que possa haver novidades neste defeso relativamente ao internacional mexicano, venerado no seu país, como se pode ver pela foto. Ou renova e os portistas evitam assim uma eventual repetição do que sucedeu com Marcano, que viu o contrato expirar, sem renovar, pelo que rumou livremente à AS Roma, ou então o FC Porto aproveita para fazer um encaixe significativo com o jogador tendo em conta a valorização que já teve neste Mundial.
O FC Porto é o único clube que Héctor Herrera conhece desde que no final da época 2012/13 deixou o Pachuca, a equipa de sempre no México. Há cinco temporadas em Portugal, Herrera terminou a época nos píncaros ao revelar-se determinante na conquista do título de campeão nacional pelos azuis e brancos. Apontou cinco golos em 42 jogos, um dos quais o célebre remate certeiro já no minuto 90 do jogo do título, frente ao Benfica, na Luz. Um golo que ajudou a reforçar o estatuto que hoje em dia ostenta no México.
