Grande Futebol
França rende-se aos treinadores portugueses
2019-12-05 17:45:00
"Têm maior reflexão sobre o jogo e tentam ir mais longe na análise, nos treinos e na preparação física"

Enquanto Jorge Jesus conquista a América do Sul, o futebol francês vai-se rendendo a André Villas-Boas (AVB) e Paulo Sousa, que colocaram Marselha e Bordéus no pódio da Ligue 1, apenas atrás do todo-poderoso PSG.

O sucesso das equipas dos dois técnicos portugueses é visível nos 31 pontos do Marselha e nos 26 do Bordéus, a pontuação mais alta de cada equipa na última década.

Raphael Noet, famoso no futebol francês por ter escrito a obra 'Os 400 melhores jogadores da história', não tem qualquer dúvida sobre a qualidade dos técnicos oriundos do país mais ocidental da Europa.

"Os portugueses têm maior reflexão sobre o jogo. E, desde sempre, privilegiam a técnica à força. Para além disso, tentam ir mais longe na análise, no conteúdo dos treinos e na preparação física", elogiou.

A imprensa francesa, conhecida na Europa por uma certa arrogância sobre os estrangeiros, também já se rendeu à qualidade dos treinadores portugueses.

O prestigiado 'L'Équipe' desfez-se em elogios a AVB, pela forma como o Marselha ludibriou o Angers (2-0), a equipa da liga francesa que menos posse de bola tem.

"Se o Angers não gosta de ter a bola, o que AVB fez foi oferecê-la, numa bandeja de prata embelezada com uma fita a toda a volta", salientou.

O 'Ouest-France' destacou a mestria do treinador Marselha em "adaptar a tática ao adversário", elaborando frente ao Angers, no entender do 'Le Phocéen', "um plano perfeito".

Paulo Sousa também tem vindo a conquistar a imprensa francesa, com o 'Made in Foot' a realçar a forma como o Bordéus deu "um verdadeiro recital" que "destroçou o Nimes".

O melhor elogio, ainda assim, veio de um jogador do plantel, o experiente defesa Koscielny, que descreveu o treinador com apenas três palavras: "Trabalho, técnica, reflexão",