Antigo treinador do Boavista, Belenenses e SC Braga, entre outros emblemas, Jorge Simão não compreende como é que as competições não são declaradas como terminadas na sequência da pandemia de Covid-19.

"Deviam cancelar a época. Seria como se não tivesse efeito", afirma o treinador, dizendo que "não faz sentido retomar os trabalhos dois ou três meses depois".

"É jogar para o negócio, para haver dinheiro. Desvirtua qualquer prova", considera o agora técnico do Al-Fayha, da Arábia Saudita, em declarações ao jornal O Jogo.

Jorge Simão nota que são as "operadoras televisivas, que são responsáveis pelas receitas do futebol" que pressionam para que as provas sejam retomadas e tem uma solução para apresentar.

"Por mais que custasse a alguns clubes, ficaria a valer a época anterior", adianta Jorge Simão, certo de que, "para alguns, sei que seria dramaticamente injusto", e realça o exemplo inglês do Liverpool onde seria "uma injustiça difícil de engolir".

"Teria de ser visto caso a caso. Mas faz sentido declarar um campeão em Portugal? Não sentido nenhum. Chame-se FC Porto, Benfica ou Sporting", refere, dizendo que "assim, cortava-se a direito, uma solução radical, mesmo sabendo que possa ser injusto para alguns."

Em Portugal, a Liga de clubes prevê o regresso das competições com a realização obrigatória de testes à covid-19 a jogadores e ‘staff’ técnico antes do primeiro treino coletivo e do primeiro jogo oficial e a constituição de um comissão independente para análise de dados.

A principal prova do calendário luso, cuja ronda 24 terminou a 8 de março, não tem, para já, data de regresso, sendo que está suspensa indefinidamente.

Quanto à Taça de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol não dá como garantida a sua realização.