Grande Futebol
Felipe Baloy, o central que virou herói do Panamá aos 37 anos
2018-06-25 18:30:00
O mais internacional jogador de sempre marcou o primeiro golo dos panamianos na história dos Mundiais

Felipe Baloy. Aos 37 anos, o jogador mais internacional da história do Panamá, que já havia anunciado o adeus à seleção após o Campeonato do Mundo, virou herói ao marcar o primeiro golo dos panamianos na história dos Mundiais. Só podia ser ele, é caso para dizer. Ao minuto 78 quando os ingleses já venciam por 6-0, o defesa central subiu à grande área britânica e, à ponta de lança, na sequência de um livre direto desviou a bola para o fundo das redes, levando o país do famoso canal que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, ao delírio.

Este golo, celebrado com festejos efusivos dos colegas de equipa e dos adeptos, fez, assim, Felipe Baloy entrar para a história do futebol como o primeiro panamiano a marcar num Campeonato do Mundo. O defesa é também o detentor do maior número de internacionalizações (102 jogos, correspondentes a quatro golos), com a camisola do Panamá, quando está apenas a um jogo de desperdir-se da seleção.

Baloy joga na Guatemala, representando o CSD Municipal. Do seu currículo fazem parte passagens pelo Grêmio de Porto Alegre (entre 2003 e 2004), pelo Atlético Paranaense (em 2005), do Brasil, e pelo Santos Laguna, do México. O camisola 23 personifica agora o sonho de todo um país, não só pela presença no Mundial, a primeira da história, como pelo primeiro golo. "Era um sonho que eu tinha desde a primeira vez que vi a seleção, numa vitória por 4 a 0 contra a Nicarágua, quando tinha 17 anos. Disse a dois amigos que estaria num Mundial com esta camisola e em 2001, aos 20 anos, fui convocado pela primeira vez", contou ao canal panamiano "TVN".

Referência do futebol panamiano, o central, que ainda se destaca pelo vigor físico que coloca em cada jogada, teve a primeira experiência fora do Panamá em 2003, no Independiente Medellín, da Colômbia, chegando à meia-final da Taça dos Libertadores da América, onde foi eliminado pelo Santos. Depois de atuar no Brasil, Baloy construiu uma carreira de respeito no futebol mexicano, passando por clubes como Monterrey, Santos Laguna, Morelia e Atlas. No ano passado, voltou ao Panamá para uma breve passagem pelo Tauro. Há um ano que defende o CSD Municipal, da Guatemala.

Aos 37 anos, Baloy está prestes a terminar a carreira, mas já afirmou que vai continuar ligado ao futebol, "talvez para trabalhar com crianças". O último jogo de Baloy e também do guarda-redes Jaime Penedo, de 36 anos, do médio Gabriel Gómez, de 34, e dos atacantes Luis Tejada, de 36, e Blas Pérez, de 37, terá lugar na próxima quinta-feira, pelas 19 horas, na última jornada do grupo G, diante da Tunísia, que também já está eliminada do Mundial.