Grande Futebol
Fazer desporto, comer, contemplar o horizonte e ler. Eis a vida de Arsène Wenger
2018-08-21 11:00:00
O treinador francês que deixou o Arsenal tem passado o seu tempo na ilha de Córsega

Depois de ter estado mais de 20 anos na posição de treinador do Arsenal, Arsène Wenger está sem emprego. Mas o francês não se importa nem tem pressa para se voltar a sentar num banco de suplentes. Pelo contrário: após ter sido comentador da 'beIN Sports' durante o Mundial da Rússia, hoje atravessa um período longo de férias na ilha de Córsega, território gaulês em pleno Mar Mediterrâneo, e garante que ainda não escolheu o que vai fazer daqui para a frente. E "está a ser ainda melhor do que o que esperava".

"Decidi não decidir. Estive intoxicado por tanto tempo que prometi e mim mesmo não tomar qualquer decisão antes de setembro. Está a ser ainda melhor do que o que esperava. Quando estiveste tão ocupado como eu estive, tens sempre medo de algum vazio", disse Wenger ao jornal local 'Corse Matin'.

As mais de duas décadas sob a pressão do Arsenal e dos respetivos adeptos fizeram com que estas férias servissem para Wenger se sentir uma pessoa normal. E prova disso é a forma como o gaulês de 68 anos descreveu este período na ilha de Córsega, destacando pequenos prazeres como fazer desporto, comer, descansar ou até mesmo ler. "Organizei-me rapidamente nesta nova fase da minha vida. Faço muito desporto, como com os meus amigos, posso sentar-me durante horas a contemplar o horizonte, leio todos os dias, agora um livro de Philip Roth chamado 'Casei com um Comunista'", frisou.

Apesar de ter dedicado uma vida ao futebol, Arsène Wenger teve recentemente a oportunidade de entrar em dois mundos diferentes: o da arqueologia e o da política. Mas recusou e a explicação para isso, na verdade, é muito simples. "Para arqueologia, não sei o suficiente sobre as composições do solo. Nem sobre política. O que eu gosto no trabalho de treinador é que nós temos teorias, mas aos sábados temos de mostrar que elas resultam e que os resultados são imediatos. Na política, entre a teoria e a prova por demonstração as coisas demoram muito mais", assegurou.