Grande Futebol
Entre o desperdício e a falta de ideias, salvou-se a obra de arte de Grimaldo
2018-12-12 22:30:00
O Benfica venceu o AEK por 1-0, esta quarta-feira, num jogo em que o resultado foi claramente melhor que a exibição.

O Benfica terminou a participação na Liga dos Campeões com um triunfo por 1-0 sobre o AEK, em pleno Estádio da Luz, e mais 2,7 milhões de euros em caixa. No entanto, a exibição dos encarnados ficou aquém das expetativas, principalmente na primeira parte. A falta de ideias e velocidade no processo ofensivo foi uma constante no futebol dos encarnados, que só criaram real perigo à entrada para a reta final da partida, com Seferovic em destaque pelas duas bolas enviadas aos ferros da baliza dos gregos. Com algum desperdício pelo meio, Grimaldo conseguiu salvar a noite europeia, com uma obra de arte de livre direto já perto do apito final.

O jogo começou com o Benfica por cima, a assumir o controlo da posse de bola e ser presença assídua no meio-campo do AEK. Ao invés, a equipa grega raramente conseguia sair para o processo ofensivo. No entanto, é de assinalar que apesar de o conjunto de Rui Vitória estar melhor nos minutos iniciais, não conseguiu aproveitar essa superioridade em campo. Tudo porque a estratégia utilizada pelas águias não era a mais adequada. A aposta pelo passe longo e por cruzamentos efetuados a uma relativa distância da área não resultaram e, por isso mesmo, o Benfica não criou perigo.

Para além disso, era evidente a falta de ideias dos encarnados no ataque. O meio-campo das águias não estava a conseguir criar jogo pelo corredor central, sendo que o futebol dos encarnados passava pela lateralização. Assim, a turma de Rui Vitória não aproveitava o espaço entrelinhas e demonstrava pouca objetividade na frente. De uma forma resumida, a primeira parte não teve grande interesse a nível de futebol jogado e os adeptos da Luz reagiram com assobios ao intervalo.

No segundo tempo, o Benfica voltou a aparecer melhor, mas com maior velocidade no momento ofensivo. Por isso mesmo, começaram a surgir as oportunidades de golo e um maior perigo junto à baliza de Barkas. Seferovic foi o melhor em campo do lado dos encarnados e deu nas vistas com dois remates à barra. Em destaque nas águias esteve também a falta de aproveitamento em lances de bola parada. Foram inúmeros os pontapés de canto conquistados pela equipa portuguesa durante o encontro, assim como livres laterais, mas nenhum deles resultou em golo. Teve mesmo que ser um livre direto.

Aos 87 minutos, Galanopoulos derrubou Gedson junto à área do AEK, lance no qual o jogador do AEK viu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Na cobrança do livre, Grimaldo colocou o esférico de forma exímia no fundo das redes de Barkas e deu ao Benfica um triunfo que serve para atenuar em termos de resultados, mas não em exibição. É verdade que quando as águias colocaram velocidade no último terço do terreno conseguiram abanar com a defesa do AEK, mas no segundo tempo ainda permitiram aos helénicos crescerem na partida e serem presença na área de Vlachodimos. Entre o desperdício e a falta de ideias, a obra de arte de Grimaldo deu ao Benfica a quarta vitória consecutiva e o mesmo número de jogos sem sofrer qualquer golo.