Grande Futebol
Dínamo Kiev é um adversário habitual dos portugueses e já permitiu boas memórias
2017-08-04 21:30:00
Marítimo encontra o Dínamo Kiev na Liga Europa, um clube habituado ao insucesso perante conjuntos portugueses

25 anos de participação ininterrupta nas competições europeias dão para muito. Para jogar com grande parte das equipas portugueses que por lá andaram, inclusivamente. Desde 1992 que o Dínamo Kiev não falha uma competição europeia e, na verdade, ao longo da sua história, raramente o fez. Desde 1992, aliás, que o Dínamo Kiev só falhou a chegada a uma fase final de uma competição europeia, caindo numa pré eliminatória, na temporada 2005/06. Então, na segunda pré eliminatória de acesso à Liga dos Campeões, o Dínamo Kiev foi surpreendido pelo FC Thun com uma derrota por 1-0 na Suíça depois de um empate a duas bolas na Ucrânia. 

Poucos clubes portugueses passaram pela Europa desde 1987 sem que, em alguma altura, tenham encontrado o Dínamo Kiev pelo caminho. O conjunto ucraniano tem sido um habitual adversário das equipas lusas mas, nem por isso, um carrasco das mesmas. Em vinte encontros disputados contra equipas portuguesas nas competições europeias, o Dínamo Kiev venceu seis, empatou quatro e perdeu dez desses confrontos. De todas as equipas portuguesas enfrentadas pelo conjunto da capital ucraniana, apenas o Rio Ave não conseguiu bater ou, sequer, empatar, o Dínamo Kiev. 

O histórico de confrontos entre o Dínamo e as equipas portuguesas remonta já a 1987, ano em que o conjunto, então soviético, se estabeleceu como a última barreira do FC Porto ao sonho de estar presente na primeira final europeia da história do clube azul e branco. Num ano que nem foi de grande recordação a nível interno para o Dínamo, a nível europeu, a história foi outra. Em contraste com o sexto lugar alcançado pelo Dínamo na Liga Soviética, o conjunto de Valeriy Lobanovskiy apenas caiu nas meias finais da Taça dos Campeões Europeus. Caiu aos pés do FC Porto depois de um duplo 2-1 a favor da equipa portuguesa. A vitória em Kiev, perante cem mil ucranianos, colocou o FC Porto na senda do título europeu que acabaram por vencer um mês mais tarde, em Viena, perante o Bayern Munique. 

Desde 1987 e, particularmente, de há uma década a esta parte, que o confronto entre Dínamo Kiev e equipas portuguesas tem sido regular. Na temporada passada, aliás, o clube ucraniano foi um dos adversários do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões, com o conjunto de Rui Vitória a vencer por 2-0 na Ucrânia e por 1-0 na Luz. O emparelhamento do Dínamo com clubes portugueses nas competições europeias tem sido tão regular que 2017 será o quarto ano consecutivo em que tal se sucede. Se em 2016 o Benfica foi o adversário do Dínamo, já em 2015 e 2014, FC Porto e Rio Ave, respetivamente, se viram no caminho europeu do conjunto ucraniano.  

Os portugueses, sempre eles

A ligação do Dínamo Kiev ao futebol português está intimamente associada aos maiores sucessos europeus de FC Porto e, também, Sporting Braga. Se em 1987 o Dínamo foi a equipa que separou o FC Porto da sua primeira final europeia, em 2010/11, foi um dos adversários da campanha quase triunfal do Sporting Braga na Liga Europa. Bracarenses e ucranianos encontraram-se nos quartos de final da prova, com o Braga a arrancar um empate a um golo em Kiev que se tornou chave na eliminatória dado o empate a zero registado em Braga. Os arsenalistas defrontaram ainda o Benfica antes mesmo de voltar a defrontar uma equipa portuguesa, então o FC Porto, na final da competição. Ao contrário de 1987, porém, vencer o Dínamo Kiev numa das eliminatórias finais de uma competição europeia não significou um título europeu para um clube português. Não diretamente, pelo menos.  

Por esta altura o Dínamo Kiev dificilmente quererá grandes confianças com tudo o que esteja relacionado com Portugal ou o futebol português. Se já não bastavam as diversas derrotas ao longo de trinta anos de historial europeu entre Dínamo e equipas portuguesas que evitaram que o clube ucraniano regressasse à glória continental, a partir da temporada passada o sucesso interno ficou, também ele, relativizado por culpa de um português. A chegada de Paulo Fonseca ao comando do Shakhtar Donetsk colocou um ponto final na sequência de títulos do Dínamo Kiev e fez regressar a Donestk o ceptro ucraniano. Mais que isso, em 2016/17, Paulo Fonseca alcançou mesmo a dobradinha ao vencer, também, a Taça da Ucrânia, a segunda consecutiva para a equipa de Donetsk.  

2017/18 será, então, a quarta temporada consecutiva em que o Dínamo Kiev é emparelhado com um clube português nas competições europeias. A tarefa do Marítimo é complicada mas se há coisa que o futebol já mostrou, é que nada é impossível. Que o diga o FC Thun.