Grande Futebol
Didier Deschamps no topo do mundo com Zagallo e Beckenbauer
2018-07-16 11:00:00
O selecionador francês é o terceiro a ganhar um Campeonato do Mundo como jogador e treinador

Didier Deschamps tornou-se o terceiro campeão mundial coroado como jogador e depois como treinador em toda a história do Campeonato do Mundo, na sequência do título mundial conquistado pela França este domingo diante da Croácia (4-2), juntando-se a Mario Zagallo e Franz Beckenbauer, que antes do técnico francês já tinham conseguido tal feito.

Vinte anos após ter conquistado o título de campeão do Mundo como jogador, numa final frente ao Brasil (3-0), em que foi capitão pela asuência de Laurent Blanc, Deschamps voltou a erguer o troféu, agora como treinador, depois de ter partido para o Mundial da Rússia sob um manto de desconfiança e algumas críticas. Não só marcado pelo fracasso na final do Europeu de 2016, ganho pela seleção portuguesa, mas também pelo fantasma de Zidane a pairar face às então exibições pouco convicentes da seleção gaulesa. Mas ao longo do torneio Didier Deschamps, de 49 anos, soube tirar partido de uma geração francesa de ouro e no relvado do estádio Luzhniki, em Moscoco, e debaixo de uma intensa chuva, na hora da entrega do troféu foi atirado ao céu pelos jogadores entrando num círculo muito fechado de campeões do mundo como jogador e treinador.

Mario Zagallo tem um currículo superlativo. Conquistou dois mundiais como jogador, em 1958 e 1962, tendo sido titular nas duas finais. Em 1970, no México, conquistou o tricampeonato mundial para o Brasil, tornando-se então como o primeiro jogador e treinador a levantar o troféu mais desejado de todos. Em 1994, volta a ganhar novo título, mas agora como adjunto de Carlos Alberto Parreira. E em 1998, foi finalista vencido diante do Brasil.

Franz Beckenbauer conquistou o Mundial em 1974, na qualidade de jogador, numa final com a Holanda de Johan Cruyff e Rinus Michels. Já como selecionador nacional, Der Kaiser sagra-se campeão mundial em 1990 derrotando na final a seleção italiana com um penálti polémico a cinco minutos do fim, que Andreas Brehme não desperdiçou. Era a consagração de Beckenbauer como o segundo a sagrar-se campeão como jogador e técnico. Quatro anos antes tinha perdido a final do Mundial de 1986 para a Argentina de Maradona.

Na hora de festejar, sobre o facto de se ter tornado o terceiro a ser campeão do Mundo como jogador e depois como treinador, o selecionador francês admitiu estar feliz: "Não penso em mim, mas obviamente é um orgulho. Estou aqui para cumprir metas, conquistar títulos". O discurso do técnico francês foi sempremuito centrado nos jogadores. “Quando se é jogador, é-se um ator, essa é a grande diferença. Quando se é treinador, vive-se através dos jogadores. O jogo pertence aos jogadores. O meu sucesso está ligado ao deles”.