Quatro dias depois de ter saído de jogo durante o encontro entre Marrocos e Irão a contar para a primeira jornada da fase de grupos do Campeonato do Mundo que vai sendo disputado na Rússia, devido a um choque com o iraniano Vahid Amiri, Nordin Amrabat foi a jogo contra Portugal. Contra todo o protocolo e recomendações médicas. O extremo marroquino que passou a temporada que findou ao serviço do CD Leganés por empréstimo do Watford FC até entrou em campo com um capacete semelhante ao utilizado pelos jogadores de rugby, mas em poucos minutos desistiu de o utilizar. Contra todo o protocolo e recomendações médicas para um jogador que sofreu uma contusão cerebral.

Depois do departamento médico da seleção marroquina ter sido alvo de fortes criticas pela forma como respondeu a uma possível situação de contusão cerebral ao esbofetear Amrabat após o choque com Amiri, nova polémica. Desta vez, quebrando todo e qualquer protocolo médico relacionado com o tratamento de contusões cerebrais ao permitir que Nordin Amrabat fosse utilizado no encontro contra Portugal. Ainda para mais, uma lesão confirmada pelo próprio corpo clínico da federação marroquina. "Recebemos uma carta da FIFA que nos lembra as recomendações a seguir e respeitámo-las ponto por ponto, a nossa intervenção foi a correta. Fiz-lhe cinco perguntas e ele apenas conseguiu responder a uma. Vi claros sinais de contusão cerebral".

Amrabat entrou em campo frente a Portugal cinco dias após lhe ter sido diagnosticada uma contusão cerebral, e nem a utilização de um capacete de proteção amenizou as críticas. Ainda para mais, tendo desistido do mesmo após alguns minutos. A FIFPro, Associação Internacional dos Jogadores de Futebol, questionou mesmo durante o encontro se o protocolo estaria a ser seguido. Pois bem... não estava. Só ao sétimo dia de reabilitação Amrabat devia poder ter ido a jogo. Em seis pontos:

Dia 1: Sem atividade, reposo total. Assim que o atleta esteja sem sintomas deve passar ao nível dois. O atleta deve passar, no mínimo, um dia em cada nível.

Dia 2: Leve exercício aeróbico como caminhar ou bibicleta estática, nada de treino de resistência. Realizar o nível dois sem sintomas permitirá ao atleta alcançar o nível três. Se voltar a sentir algo, o atleta deve voltar ao nível anterior.

Dia 3: Treino desportivo específico. No caso do futebol, corrida. Complemento progressico com treino de resistência ao dia três e quatro. Completar o nível três sem sintomas permite ao atleta subir ao nível quatro.

Dia 4: Exercícios de treino sem contacto.

Dia 5: Treino sem restrições sob alta médica.

Dia 6: Treino de jogo.

O protocolo que deve ser seguido pelas equipas médicas e técnicas em caso de contusão cerebral até está publicado no site da FIFA porém, isso não invalidou que Nordin Amrabat, poucos dias depois de ter saído de campo devido a uma contusão fosse a jogo perante Portugal. Questionado sobre isso após o jogo com Portugal, Hervé Renard desdramatizou a questão.

"É um guerreiro, quis jogar, pôs a proteção mas depois tirou-a quando o jogo começou, porque o seu espírito é espetacular e tenho sorte em ter um jogador como ele", afirmou o selecionador marroquino que, claro, começou desde logo a ser alvo de grandes críticas. Contra todo o protocolo e recomendações médicas para um jogador que sofreu uma contusão cerebral, Nordin Amrabat foi a jogo.